Sábado 23 de Novembro de 2024

Canarinhos a piar alto

Benfica-Estoril 24514 20130506E o desastre – que se aceita – podia ter sido maior se o Estoril, que acabou por mandar no jogo durante a maior parte do tempo, tivesse ganho, o que também justificaria por ter jogado mais e melhor, para além de treze minutos contra dez benfiquistas.

Para além de ter entrado a “matar”, tentando resolver o jogo nos primeiros quinze minutos, quando estava cheio de “gás”, o Benfica pouco mais fez. A chama de quinta-feira deve ter aquecido de mais e queimou os neuróninos a toda a gente, em especial de um Gaitan que pouco se viu, a par de Lima e Cardozo, não havendo também o fio condutor da defesa para o ataque. E assim sendo, o rendimento dá em … nada.

Na passagem do primeiro quarto de hora, o Estoril começa a arrumar a casa e Evandro dá o primeiro sinal de perigo ao rematar por cima da barra, beneficiando logo a seguir de dois cantos que não surtiram efeito, apesar de Gonçalo Santos ter, no segundo, cabeceado ligeiramente acima da barra.

Aos 24′ o primeiro lance de dúvida, pese embora grande maioria dos comentadores estivesse de que foi grande penalidade. Surgindo de rompante na área do Benfica, Luís Leal avançou para Artur, o único que lá estava, passa por ele e surge no chão. Pareceu, pelo desequilíbrio do jogador, que Artur lhe tocou. O árbitro assim não o entendeu e deixou prosseguir o jogo.

Luís Leal que, aos 29′, volta a incomodar Artur com um remate forte que o guardião do Benfica só defendeu à segunda e já com outro jogador do Estoril bem por perto e para o caso de voltar a falhar a recepção da bola.

Aos 32′ Gaitan centra, Cardozo amortece para Lima mas o remate deste sai torto e para fora. Lima, que partiu da posição de fora de jogo.

E o primeiro tempo chegou ao fim com larga vantagem de posse de bola para o Estoril, que só não marcou porque não foi temerário como devia ter sido, aproveitando a fraqueza da formação benfiquista, se bem que Lima podia ter aberto o activo em cima dos 45 minutos

No segundo tempo, perdendo a oportunidade.

Não conseguindo derreter a “manteiga amarela”, o nervosismo benfiquista elevou-se ao ponto de Max Pereira ter cometido uma daquelas infantilidades de fazer um lançamento lateral contra as costas de um companheiro seu, não se cumprindo as regras. Entre os 55 e os 58′ o Estoril domina e chega ao 1-0 com um grande buraco por parte de Artur, por certo distraído!

Do lado esquerdo da defesa do Benfica, Jeffrerson fez uma centro-remate, com o pé esquerdo, a bola passou por toda a gente e ninguém, incluindo o próprio jogador, com a bola a ir anichar-se na baliza depois de ter passado monte de pernas que, miraculosamente, nem se mexeram.

Cinco minutos depois, Licà remata a milímetros da barra, com Artur batido, já que o resultado esteve à beira de ser eliminado,

O Benfica continuou a ver a bola a passar mas, num rasgo “situacionista”, Maxi Pereira apanhou toda a gente distraída com qualquer coisa menos com o jogo e surgiu só já perto da pequena área onde rematou forte e com direcção para o fim da rede sem guarda nenhuma.

Ficou a saber-se que o Estádio da Luz estava quase cheio, com 60.897 espectadores, o que é uma excelente moldura para qualquer estádio mas que não estão ao alcance de todos.

Destaque para Artur, Lima, Salvio, Gaitán, Luisão e Máxi Pereira, no Benfica. Nos canarinhos, referência para Vagner, Yohan Tavares, Jefferson, Gonçalo Santos e Carlos Eduardo.

Com este resultado, o Benfica saiu nitidamente prejudicado enquanto o Estoril continua a ver o sonho europeu mais perto. Faltam duas jornadas e há muita coisa para decidir. Vem aí semanas escaldantes, com o Sporting em lençóis pouco confortáveis para os seus pergaminhos.

O árbitro alentejano (Portalegre) Paulo Batista deixou correr a bola, esteve atento ao jogo e aos auxiliares, mas fica com a possível “nódoa” de não ter marcado a grande penalidade contra o Benfica, por falta de Artur sobre Luís Leal. Os auxiliares começaram mal ao não assinalar um ou outro fora-de-jogo mas redimiram-se na segunda parte.

As equipas:

Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Melgarejo (Rodrigo, 72′); Enzo Perez (Carlos Martins, 68′), Matic e Gaitán; Sálvio, Cardoso e Lima.

Estoril – Anderson Luís, Steven Vitória, Yohan Tavares e Jefferson; Carlos Eduardo (João Coimbra, 79′), Gonçalo Santos e Evandro (Diogo Amado); Carlitos, Luís Leal (Gerso – 63′) e Licá.

Cartões amarelos para Carlos Martins (68′ e 77′, seguido de vermelho), Wagner (90+2) e Yohan Tavares (90+2).

Artur Madeira

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