Não há qualquer hipótese de comparação entre o Benfica e o Fenerbache, tamanha é a distância de categoria entre as duas equipas. Ainda assim, os encarnados tiveram que sofrer para garantir uma final justa.
Em qualquer desporto, não basta ser melhor, mais forte, mais isto ou aquilo. Tem que se provar com a única coisa que vale títulos: os golos. Não se pode fugir disso. Mas é claro que existe alguns escolhos pelo meio para que se chegue aos finalmente e…por cima.
Como lhe competia, o Benfica entrou com mais força, maior pressão e não demorou muito a marcar, porquanto os turcos apenas tentavam, ainda que mal, travar os consecutivos raides de Gaitan, que continua endiabrado. Só que não havia seguimento para a baliza.
Foram precisos 9′ para que o Benfica chegasse ao golo na altura – quanto mais cedo melhor se poderia enfraquecer o adversário – em que Gaitan, sem cobertura, recebe um passe milimétrico de Lima e faz um pequeno desvio do guarda-redes e a bola vai entrar junto ao poste contrário.
O Benfica tentou continuar na liderança mas os turcos como que acordaram para o jogo e começaram a chegar-se mais à frente. Num espaço de cerca de dez minutos, lograram incomodar a linha atrasada do Benfica por uma ou duas vezes, a última das quais consagrou a obtenção de uma grande penalidade, por mão da Garay dentro da área. O lance foi no meio de vários jogadores, viu-se a bola a tocar na mão mas ficou-se na dúvida se teria sido grande penalidade.
A verdade é que o árbitro marcou e Kuyt, enganando Artur, fez o empate, quando decorria o minuto vinte e dois.
Dez minutos depois, surgiu uma situação idêntica na área dos turcos mas o árbitro deixou seguir o jogo, apesar dos protestos dos jogadores do Benfica, sendo que, dois minutos depois (34′), Gaitan cai dentro da área turca, ficou a sensação de que foi falta, mas o árbitro também não atendeu aos protestos encarnados.
Mas na jogada seguinte o Benfica chegou ao 2-1. O árbitro assinalou um livre, a meio do meio campo e contra os turcos, tendo Gaitan passado a bola a Cardozo, que estava só, ante a completa surpresa da defesa, com o tacuara a fazer o gosto ao pé aos 35′ e recolocando o Benfica no caminho da final de Amesterdão (onde defrontará o Chelsea, o campeão europeu ainda em título).
No segundo tempo, o jogo recomeçou com um potente remate de Cardozo, a passe de Matic, que levou a bola a rasar o poste, a que se seguiu a lesão, de certo modo grave, sofrida pelo defesa Gonul, que terá sido transportado para o hospital.
Uma paragem de cerca de quatro minutos e, no recomeço, Lima perdeu oportunidade de chegar ao 3-1, azo não dar o melhor seguimento ao passe de, uma vez mais, Gaitán, o homem do jogo.
O Benfica continuou a pressionar e aos 66′ chegou ao 3-1 com Cardozo, uma vez mais só, sem defesas por perto, a aproveitar o passe de Luisão, no seguimento de um lançamento de linha lateral feito por Salvio.
Depois de ser anunciado que havia 55.402 espectadores no Estádio da Luz, Artur teve de se impôr para travar duas jogadas que podiam ter dado golo para os turcos.
Aos 81′, Irtegun corta a jogada de Lima com o braço mas o árbitro nada fiz e o jogo prossegue uma vez mais com os protestos dos jogadores do Benfica.
Jogaram-se ainda mais cinco minutos mas o resultado estava feito e o Benfica na final da Liga Europa. Merecidamente.
Destaque para Luisão, Gaitán, Matic, Salvio e André Almeida, no Benfica. Nos turcos, referência especial para, nota mais positiva. Demirel, Yobo, Kuyt, Cristian, Ziegler e Erkin foram os melhores nos turcos.
O árbitro francês Stéphane Lannoy deixou correr a bola tempo de mais, por vezes enganou-se, ficou-se com a dúvida em relação a duas grandes penalidades. Mostrou apenas quatro amarelos e só em última instância os auxiliares m arcaram fora-de-jogo, que os houve.
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e André Almeida; Enzo Perez, Matic e Gaitán; Sálvio, Cardoso (Urreta – 86′) e Lima.
Fenerbache – Demirel; Gonul (Irtegun, 60′), Yobo (Stoch, 74′), Korkmaz e Ziegleer; Sahin (Mehmet Topuz, 44′), Cristian e Erkin; Kuyt, Sow e Uçam.
Cartões amarelos para Maxi Pereira (28′), Enzo Perez (33′), Cristian (30′) e Erkin (84′)
Artur Madeira