A sorte de uns é o azar de outros ou um azar nunca vem só. O que não invalida o excelente triunfo do Benfica, que soube colocar a maturidade dos seus jogadores a funcionar no “timing” ideal.
Ainda assim, o Benfica podia ter passado as “passas do algarve” se Capela, bem perto da jogada, tivesse assinalado a flagrante grande penalidade cometida por Maxi Pereira sobre Capel, isto quando se concluía o sétimo minuto de jogo e o Sporting mostrava os “dentes afiados”. Mas “Deus” não quis e o juiz de Lisboa demonstrou que não estava disposto nem a marcar livres e muito menos mostrar cartões, o que safou Maxi de ser expulso na jogada com Capel.
Com um Sporting a dominar a posse de bola (acabou por ser assim ao longo de quase todo o jogo), só lhe faltou uma maior acutilância na zona mais avançada, motivo pelo qual as jogadas de perigo eminente quase não surgiram.
Com a “pulga saltitante” – porque estava em quase todo o lado, como foi o caso de André Martins – empolgante, empurrando a equipa para a frente, Wolfswinkel e Capel não responderam da melhor forma, a não ser Bruma mas mais a construir do que a rematar.
De um e de outro lado, os guarda-redes não foram obrigados a defesas de bater palmas, pela calmaria atacante, que acabou aos 36′, quando o Benfica inaugurou o marcador.
Da direita (do ataque) para a esquerda, onde Gaitan surgiu só, a bola voltou ao centro da grande área para ali surgir um Salvio a aproveitar da melhor forma uma deixa de Lima, colocado um pouco mais lateralmente, e rematar fora do alcance de Patrício, que ficou especado a ver a bola a passar, depois de ter visto a defesa a deixar andar a bola à solta, numa clara superioridade numérica leonina.
Aproveitou o Benfica para criar um pouco mais de pressão até ao intervalo mas o resultado manteve-se, tal como a intolerância de João Capela, que terminou a primeira parte mesmo em cima dos 45′.
No tempo complementar, foi nítido o abaixamento do rendimento por parte do Sporting, enquanto o Benfica se manteve mais calmo, deixando a posse de bola aos leões, que não aproveitaram nada esta supremacia.
O anúncio da presença de 62.553 espectadores presentes veio dar o toque para o Benfica chegar ao 2-0.
Numa excelente triangulação – consentida pela linha média e defensiva do Sporting, que não se mexeu, apesar da superioridade numérica nessa zona – entre Gaitan, Salvio , de novo Gaitan e o passe de morte para Lima, o Benfica aumentou a vantagem aos 74′, como que “matando” aí jogo. E mereceu, porque foi uma jogada muito bem desenhada (com a sorte também à mistura), altamente articulada entre os executores e Patrício limitou-se a não ver a bola passar, tal a rapidez da acção.
Com quinze minutos para jogar, muita coisa podia acontecer mas acabou por não acontecer nada, pelo menos em termo de resultado, continuando Benfica a “encher” a barriga de pontos a caminho de um título que parece cada vez mais próximo. O Sporting pode queixar-se de João Capela mas muito mais de si, porque entrou bem e merecia mais
Destaque para Luisão, Lima e Salvio mais por terem obtido os golos, Gaitan, Matic e Melgarejo (Benfica). No Sporting, realce para Joãozinho, Rinaudo, André Martins, Llori e Bruma.
A equipa chefiada pelo árbitro João Capela teve o senão da grande penalidade por falta de Maxi Pereira sobre Capel, ainda o senão da não marcação de faltas indiscutíveis, algumas para amarelo, beneficiar o infractor e não contar com os árbitros assistentes. Figura de corpo presente praticamente.
As equipas:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão (Jardel, 90+2′), Garay e Melgarejo; Enzo Peréz, Matic e Gaitán (André Gomes, 80′); Salvio, Cardozo (Ola John, 68′) e Lima.
Sporting – Patrício; Miguel Lopes (Boulahrouz, 73′), Llori, Rojo e Joãozinho; André Martins, Rinaudo e Eric Dier (Schhars, 64′); Bruma, Wolfswinkel e Capel (Viola, 64′).
Disciplina: amarelos para Luisão (65′), Viola (84′) e Rinaudo (89′).
Artur Madeira