Ao som desta e de outras palavras de ordem terminou hoje junto à Assembleia da Republica a ” Marcha Contra o Empobrecimento” organizada pela CGTP.
{jathumbnail off}Foram milhares que vieram a Lisboa, manifestantes organizados pela Central Sindical em duas colunas, uma vinda do Cais do Sodré e outra vinda do Príncipe Real, juntaram-se no Camões quando faltavam 15 minutos para as 16 horas. Após uma intervenção sindical as “colunas” iniciaram o caminho para a Assembleia da República.
Depois do trajecto pelas ruas e travessas, os manifestantes chegados à Assembleia da Republica ouviram o discurso de falou Arménio Carlos, Secretário-Geral da CGTP-in, foi um discurso marcado pela critica à actuação do governo, do presidente e da “Troika”.
Começou por enaltecer a grandeza do evento “saudamos os muitos milhares de trabalhadores, jovens, desempregados, pensionistas e reformados que, nas 42 cidades por onde passámos, reafirmaram que não se resignam nem se rendem e que, com força e determinação, exigiram a mudança de política e de Governo.”, foi uma marcha “de protesto e indignação contra uma política que afunda o país e quer condenar os trabalhadores à miséria e os portugueses ao suicídio colectivo… proposta e alternativa que recusa a submissão à “Troika”troica de um povo e um país com mais de 800 anos de história…de esperança e confiança de que é possível.”, disse Arménio Carlos.
São as politicas levadas a cabo pelo governo “a austeridade e os sacrifícios não têm fim à vista…” , que associadas ao “défice não baixa e a dívida não pára de aumentar…”, criam uma vaga de desemprego e de recessão económica que fazem “…as falências sucedem-se e as desigualdades acentuam-se…”, disse o secretário geral da CGTP, que considerou que o “capital” passa ao lado do rigor exigido aos trabalhadores,os “banqueiros são protegidos com apoios de milhares de milhões de euros” enquanto “Os impostos não param de subir para os trabalhadores e os reformados”, assistindo-se em Portugal a “lucros fabulosos…colocam o dinheiro no estrangeiro para não pagarem impostos”.
Os acontecimentos recentes estiveram na mira do discurso junto à escadaria da Assembleia da Republica numa tarde de muito sol, “a decisão do Tribunal Constitucional… uma decisão que valorizamos…”, apesar da central ter suscitado outras normas do O.E. para serem declaradas inconstitucionais mas isso não ter acontecido. A decisão do Tribunal Constitucional, é relevada por ser a segunda vez que chumba OE do governo de Passos Coelho.
Para o líder da CGTP “Governo que age à margem da lei… não merece continuar no poder… Não é a Constituição da República Portuguesa que está desligada da realidade… é o Governo e este Primeiro-Ministro” disse.
Arménio Carlos não coloca fora o Presidente da Republica “é inadmissível que o Presidente da República… esteja apostado em proteger um Governo… pode ser o Governo do Presidente da República mas, neste momento, já não é de certeza o Governo da esmagadora maioria dos portugueses”.
O prolongamento das maturidades anunciado pelo Governo, não é solução para o sindicalista, “insuficiente, ao não reduzir os juros e rever os montantes… não alivia, antes prolonga, o incomportável peso dos encargos financeiros”, acreditando que “do pouco tempo de vida que dispõe, o Governo insiste em avançar…austeridade e sacrifícios…destruir a economia e a desmantelar direitos, liberdades e garantias fundamentais para a coesão social” e a carta que ontem o primeiro Ministro enviou é a continuação “assumindo novos cortes nos salários dos trabalhadores da Administração Pública, nos direitos laborais e no direito de acesso à saúde e à protecção social…o aumento da idade da reforma…redução dos valores das pensões” por isso merece o repudio dos trabalhadores.
O secretário Geral da CGTP apresentou direcções que podem evitar o país para outro rumo “Não é na despesa social que se tem de cortar. É na despesa parasitária…”.
Assim “juros da dívida 8 mil milhões de euros, fruto de taxas impostas por agiotas e especuladores…O Estado português tem que se poder financiar junto do BCE como o faz o sector financeiro…”, mais nas “Parcerias público-privadas…com o Estado a assumir todos e quaisquer riscos…” mas não “nas que dão lucros garantidos aos privados…”, passando ao sector energético as “rendas do sector estão na origem de elevadas despesas anuais, entre benefícios fiscais dados às grandes empresas do sector e as taxas cobradas aos consumidores!”.
Em relação à vinda da “Troika” afirmou Arménio Carlos ” que com “amigos destes” nós não precisamos de inimigos!”, não encontrando futuro para Portugal se “
continuar amarrado a um sistema que promove a exploração, a opressão e a agressão a quem vive e trabalha”, terá de ser feito uma inversão de politicas “é fundamental aumentar a produção nacional…canalizando o investimento para o sector produtivo.”
O quadro politico e social está em crise segundo o secretário geral e se “as empresas precisam de vender e escoar a sua produção”, terá de acontecer no imediato “o aumento dos salários, incluindo do Salário Mínimo Nacional, o reforço das prestações sociais e de forma a aumentar a procura interna”.
Como “Os problemas do país não se resolvem com remodelações”, será necessário “dar a palavra aos portugueses” disse o secretário geral da CGTP, dizendo ainda “O povo é quem mais ordena!…É tempo de irmos a votos…”, apelou ainda para a participação nos próximos eventos comemorativos do 25 de Abril e do 1º Maio.