“Não é fechando o país que se resolvem os problemas do país”
Em Comunicado divulgado hoje e com o titulo referenciado, o Reitor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa critica duramente o despacho do ministro das finanças e do governo de Passos Coelho.
No primeiro ponto do comunicado o Reitor referencia o despacho do ministro das finanças que “decidiu fechar o país e bloquear o funcionamento das instituições públicas: ministérios, autarquias, universidades, etc.”, para Sampaio da Nova “o despacho é uma forma de reacção contra o acórdão do Tribunal Constitucional, como se explica logo na primeira linha. O Governo adopta a política do “quanto pior, melhor”.”, mas não fica por aqui as criticas, dizendo ainda que ” Quem, num quadro de grande contenção e dificuldade, tem procurado assegurar o normal funcionamento das instituições, sente-se enganado com esta medida cega e contrária aos interesses do país.”
No segundo ponto do comunicado refere ao momento que vive o ensino e o país “Todos sabemos que estamos perante uma situação de crise gravíssima. Mas é justamente nestas situações que se exige clareza nas políticas e nas orientações, cortando o máximo possível em todas as despesas, mas procurando, até ao limite, que as instituições continuem a funcionar sem grandes perturbações.” acrescentando ” O despacho do ministro das Finanças provoca o efeito contrário, lançando a perturbação e o caos sem qualquer resultado prático.”
O Reitor define a atitude do Governo como sendo o acto “insensato e inaceitável, que não resolve qualquer problema e que põe em causa, seriamente, o futuro de Portugal e das suas instituições” e indica exemplos que o despacho afecta “três exemplos, entre milhares de outros. Ficamos impedidos de comprar produtos correntes para os nossos laboratórios, de adquirir bens alimentares para as nossas cantinas ou de comprar papel para os diplomas dos nossos alunos.”.
“O Governo utiliza o pior da autoridade para interromper o Estado de Direito e para instaurar um Estado de excepção. Levado à letra, o despacho do ministro das Finanças bloqueia a mais simples das despesas, seja ela qual for.É assim que se resolvem os problemas de Portugal?” questiona o Reitor.
Neste comunicado e já no ponto 4 o Reitor, Universidade de Lisboa esclarece que estão também afectados importantes compromissos, nomeadamente internacionais e com projectos de investigação, que ficarão bloqueados, sem qualquer poupança para o Estado, mas com enormes prejuízos no plano institucional, científico e financeiro.
Para terminar deixa uma mensagem “Na Universidade de Lisboa saberemos estar à altura deste momento e resistir a medidas intoleráveis, sem norte e sem sentido. Não há pior política do que a política do pior.”