Apesar de ter dominado quase sempre o jogo, o Sporting voltou a sofrer para levar de vencida a aguerrida turma do Vitória de Setúbal, que teve a “oportunidade” estar nos três golos do desafio.
O primeiro golo foi marcado por um seu defesa (Amoreirinha) na própria baliza, o segundo foi de grande penalidade e só o dos setubalenses foi por mérito de um Makukula que teve a visão e o sentido onde devia estar para receber a bola – centrada por um sempre “endiabrado” Pedro Santos, o melhor jogador dos setubalenses – e cabecear para o fundo da baliza de Rui Patrício.
Os três golos foram marcados entre os 16 e os 33 minutos da primeira parte, num quarto de hora em que o futebol mais fluiu e onde, afinal, se resolveu quem venceria o jogo.
Os momentos de perigo junto das duas áreas não foram por aí além, com natural vantagem para os donos da casa (na ordem dos 62 para 38%, no final dos 90 minutos), só que grande parte se perdiam, umas porque a bola saía longe da baliza, outras porque a defesa e ou guarda-redes “safava”, outras ainda porque alguns jogadores (especialmente Capel) continuam sem perceber que a bola é para jogar por todos e não por poucos, por muita vantagem territorial e técnica que se tenha.
Por outro lado – por falta de preparação física ou psicológica, quiçá mais esta – alguns jogadores continuam a pensar que quando se “mandam” para o chão o árbitro deve mostrar cartão ao outro jogador. A tal “manha” para ver se pega. Mas o juiz madeirense Marco Ferreira não foi na maior parte das “fitas”.
Em jogo jogado, como se referiu, o Sporting teve vantagem apreciável, mas não deu em mais golos porque os jogadores “afunilam” em vez de distribuir a bola por todos os jogadores, evitando as jogadas individuais, porque Messi e Ronaldo só há um de cada. Para imitar é preciso trabalhar muito. E não é isso que acontece com os actuais jogadores portugueses, onde não desponta qualquer estrela.
Um resultado certo, um triunfo que vai aliviar a mente durante quinze dias, pese embora possa ter efeito contrário aos “leões” porque sem competição a tendência é para amornar. Espera-se que não.
Aponte-se o facto de Jesualdo Ferreira ter “chateado” o árbitro e o 4º árbitro, a dada altura, quando devia ter feito era “apertar” os calos aos seus jogadores, que tudo faziam para não procurar o golo.
Realce para Patrício, Labyad, Joãozinho, Eric, Rinaudo e Bruma (Sporting) e de Pedro Santos – o melhor dos visitantes – Kieszek, Jorge Luiz, José Pedro, Bruno Amaro e Makukula.
Marco Ferreira não comprometeu, deixou jogador na evolução da lei da vantagem, assim como os dois árbitros auxiliares. O que não se percebeu foi o 4º árbitro andar para um e para outro lado da linha de meio campo, a acompanhar as jogadas para um e outro lado.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Cedric, Llori, Rojo e Joãozinho; Eric, Rinaudo e Labyad (Adrien, 67′); Bruma (Jeffrén, 86′), Wolfswinkel e Capel (Carrillo, 75′)
V. Setúbal – Kieszek; Pedro Queirós, Amoreirinha, Jorge Luiz e Nelson Pedroso (Bruno Gallo, 50′); Bruno Amaro, Ney Santos e José Pedro (Paulo Tavares, 75′); Pedro Santos, Makukula (Cristiano, 70′) e Jorginho.
Cartões amarelos: Ney Santos (20′), Pedro Queirós (44′) e Llori (62′)
Artur Madeira