Pela pré-disposição apresentada, até parecia que o Gil queria jogar para, no mínimo, empatar. Talvez. Mas os buracos que surgiram, na maior parte dos golos do Benfica, deram cabo de tudo. Que até fizeram mudar de guarda-redes ao intervalo.
Posto isto, o Benfica acabou por chegar a uma goleada, por um lado “vingativa” da menos boa noite europeia e, por outro, aproveitando os tais buracos que … havia que “tapar”.
O jogo até foi bom de seguir, com muito movimento, mas com um Gil a tentar jogar de igual para igual com uma equipa que é apenas o comandante do campeonato, com os homens de Paulo Alves a pensar que o quarto lugar que ocupam n a classificação lhes dá um estatuto superior. Mas que precisa ser gerido com pinças e não a criar buracos.
Em pouco mais de trinta minutos (32 para ser mais preciso), o Benfica “acabou” com o jogo. Isto depois de Luís Miguel ter obrigado (10′) Artur a uma defesa para canto, de que nada resultou, a não ser o contra-ataque do Benfica e o primeiro golo. Seguindo a jogada, Maxi Pereira chegou primeiro à bola ante uma certa passividade da defesa e rematou sem muita força mas na direcção do guardião Adriano que se atrapalhou e permitiu a entrada da bola.
Aos 22′, foi Salvio que, com a defesa a ver jogar, enviou a bola em arco e o guarda-redes viu-a passar para dentro da baliza. O jogo continuou em bom ritmo, incluindo pelo Gil, mas que não acertava uma na defesa.
Daí que, aos 32′, o 3-0 chegou com naturalidade. Ataque pela esquerda, Ola John desenvencilha-se, uma vez mais, da defesa, e mete-a em Melgarejo que, em jeito de chapéu, anicha a bola na baliza de Adriano.
Para o segundo tempo, o Gil surgiu com a mesma vontade de marcar. Continuou a jogar para a frente, mas a gestão espacial – e com a mudança de guarda-redes – complicou-se porque o individualismo se instalou mais. Ainda assim, Luís Martins (47′) aproveitou um ressalto da defesa benfiquista e rematou contra a trave da baliza de Artur com Hugo Vieira (54′) a tentar fazer o mesmo mas atirou ao lado.
Depois de Lima também ter rematado ao lado (63′), o Benfica faz o 4-0 (64′) com um golo obtido por Lima, depois de uma jogada começada em Cardozo, passa por Ola John, que faz um passe longo e rasteiro para o poste contrário – nenhum defesa teve arte para desviar a bola – onde surgiu Lima a empurrar a bola para dentro da baliza.
Se bem que o Gil justificasse um golo pelo que estava a fazer, a verdade é que foi o Benfica que chegou aos cinco golos nos últimos segundos do encontro (nos 3′ que se jogaram a mais). Aimar apossa-se da bola, faz uma abertura para Salvio que cruza para a área onde Gaitan bate o suplente Murta, incapaz de deter a bola.
Um triunfo (que 33.708 viram ao vivo) amplo em noite de homenagem ao jovem Fabio Faria, que abandonou o futebol aos 23 anos devido a problemas de saúde insanáveis para a prática de desporto.
Com este resultado, o Benfica mantém-se líder, com mais dois pontos do que o Porto, com os sete primeiros a segurar os lugares onde se encontram. Só falta conhecer o resultado do Setúbal-Guimarães (esta segunda-feira) para ficar a saber-se se o Sporting se mantém em 10º ou troca com os setubalenses (11º).
Lima, Ola John, Maxi Pereira, Salvio, Melgarejo e Enzo Perez foram os mais influentes no Benfica, enquanto Luís Martins, André Cunha, Brito e Hugo Vieira sobressaíram no Gil.
Duarte Gomes (Lisboa) e os seus auxiliares estiveram bem.
As equipas alinharam:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Jardel, Garay e Melgarejo; Matic, Enzo Perez (Gaitan, 77′) e Olá John (Aimar, 69′); Salvio, Lima (Carlos Martins, 85′) e Cardozo.
Gil Vicente – Adriano (Murta, 45′); Paulo Arantes, Sandro, Cláudio e Vítor Vinha (Yero, 73′); João Vilela, Luís Manuel e André Cunha; Brito (Valdinho, 60′), Hugo Vieira e Luís Martins.
Disciplina: cartão amarelo para Cláudio (56′).
Artur Madeira