A jogar da maneira como a que apresentou na Luz, custa a acreditar que o Paços de Ferreira tenha chegado ao terceiro lugar de uma primeira liga portuguesa.
Se as estatísticas, em relação à primeira parte (que se mantiveram mais ponto menos ponto no segundo tempo) foram de 57/43%, em termos de posse de bola, para o Benfica como será evidente, não se percebe muito bem se fazer “circulação” – como salientou o técnico dos castores no final do jogo – sem criar oportunidades de golo e chegar muito perto da baliza à guarda de Artur, isso dará algum resultado em golos. Como se viu, zero.
Mas os próximos jogos, por certo, vão ser decisivos para ver até que ponto este “lapso” de circulação frente ao Benfica terá alguma influência no futuro classificativo da equipa.
Uma coisa foi certa e boa: houve sempre ritmo, bola lá bola cá, poucas paragens, incluindo poucas faltas, mas a marcar sempre pelo Benfica, que procurou o triunfo até sem forçar muito. Mas a sorte (e as oportunidades) também chegaram em alturas decisivas.
Foi assim no primeiro golo, logo aos 8′, com Enzo Perez, a passe de Salvio, aparecer na zona frontal da pequena área completamente desmarcado e atirando como quis para o golo.
Isto depois de uma jogada com a bola a rolar de jogador em jogador, até Salvio “descobrir” Enzo numa pequena “língua” de terreno onde o caminho estava aberto. E Enzo não perdoou.
Aos 22′, Luisinho teve uma arrancada pela esquerda, a linha medida e defensiva do Paços ficou “atrapalhada” (trapalhões foram muito ao longo de todo o jogo, porque não passavam a bola nas alturas próprias e insistiam em jogar só para si próprios) mas Cardozo cabeceou por cima da barra.
Aos 29′,Lima força Cassio a uma defesa a soco (a bola ia com demasiada velocidade para a segurar) e aos 37′ foi Cardozo que chutou para o poste mais longe, depois de ter ficado isolado frente ao guardião castorense.
O segundo tempo começa, para sorte do Benfica e “acabar” o jogo nessa altura, com o segundo golo benfiquista, com Cardozo a empurrar a bola para dentro da baliza depois de um ressalto que resultou de uma cabeçada de Luisão que ninguém tirou da zona de perigo. Decorria o minuto.
O anúncio de que o número de espectadores presentes na Luz foi de 40.201 foi muito saudado. Pudera! Um espectáculo para os dias que correm.
E aos 84′ chegou o xeque-mate. Mais uma jogada de ataque do Benfica ante um Paços sem “passos” para acompanhar fosse o que fosse, e Salvio resolveu da melhor maneira ao fazer o 3-0, depois de recuperar a bola que Ricardo tinha desviado do golo certo mas não evitando o último “estoque” do benfiquista.
Salvio e Diogo Figueiras foram os melhores em cada uma das equipas, a par de Luisão, Cardozo, Matic, Cardozo (mais pelo golo) e Ola John (pela primeira parte), sendo o relevo, na formação do Paços, atribuído ainda a Cassio, Josué, André Leão e Luiz Carlos.
João Capela teve uma actuação não isenta de alguns erros, embora sem influência no resultado, mas os seus ajudantes (Pedro Garcia e Tiago Rocha) tiveram algumas dificuldades em perceber os fora-de-jogo.
As equipas alinharam:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Luisinho; Matic, Enzo Perez (Carlos Martins, 45′) e Olá John (Aimar, 70′); Salvio, Lima e Cardozo (Gaitan, 62′).
Paços de Ferreira – Cassio; Nuno Santos, Tiago Valente, Ricardo e Diogo Figueiras; Vítor (Caetano, 79′), André Leão e Luiz Carlos; Hurtado (Manuel José, 84′), Cícero (Jaime Poulson, 67′) e Josué.
Disciplinas: cartões amarelos para Enzo Perez (42′) e Luisinho (89′).
Artur Madeira