Embora vencendo, de novo pela margem mínima, o Sporting continua sem apresentar grandes alterações no fio de jogo que lhe competia implementar para mostrar que é uma equipa da Europa. Valeram os três preciosos pontos.
É verdade que os leões tomaram quase sempre a iniciativa, tiveram e controlaram mais a bola em seu poder, mas na zona da verdade nada acontecia. Tanto que o primeiro remate mais a sério só foi feito aos 18′, quando Wolfswinkel atirou com bastante força mas à figura de Rui Rego que, ante a força da bola e a chuva que caía, preferiu socar a bola para longe.
A “mania” do sobe e desce, do “agarrar-se” à bola continua a limitar as manobras de ataque dos leões, já que a bola em vez de ir para a frente vai para os lados ou para trás, quiçá para “reconstruir” ou “reconstituir” o que deveria ter sido, antes, uma jogada com a bola a correr, com os jogadores nos seus lugares de recepção de bola e só “derivarem” individualmente desde que possuíssem características para isso. Mas as linhas média e de defesa do Beira-Mar também não estivem pelos ajustes.
Entre os 25 e os 40 minutos pouco ou nada se viu de futebol. Mas sentiu-se a chuva na bancada de imprensa, que se pretendia (e devia) ser hermética.
Aos 41′ Insúa faz o terceiro remate sério à baliza de Rego mas atira ao lado do poste. Na resposta, Rui Sampaio esteve à beira de abrir o activo depois de surgir pela esquerda do seu ataque de forma isolada e atirar a bola em arco, para o poste mais longe, mas ao lado. Isto com a defesa do Sporting completamente parada. E o primeiro tempo concluiu-se com a marcação de um livre, espécie de canto-curto, com Insúa a levantar a bola demasiado acima da barra.
No tempo complementar, o Sporting voltou a tomar conta da bola e Wolsfwinkel (50′) rematou forte mas ao lado, com Insúa (55′) a ter mais direcção mas a ver Rego a defender a bola.
Aos 61′, Saleh, que havia entrado a substituir Serginho cinco minuto antes, levou uma segunda pancada de um jogador do Sporting e não conseguiu manter-se em pé, deixando-se cair, não tendo ninguém do Sporting, que detinha a bola, chutar para fora, como mandam as regras da cortesia e da ética. Na sequência, o Beira-Mar não teve tempo de fazer a substituição, ficou com 10 unidades, e foi nesse espaço de tempo que o Sporting marcou.
Carrillo, que entrara cinco minutos antes a substituir Jeffren, surge isolado pela esquerda do ataque sportinguista, num lançamento largo de Labyad, dá dois passos e remata em arco que, esticando-se, não conseguiu deter o que foi o primeiro e único golo do jogo, aos 63′.
Aqui os 19.493 espectadores presentes, finalmente, vibraram com o jogo.
O jogo manteve uma toada ainda assim movimentada, mas com supremacia para os aveirenses que pretendiam alterar o panorama do resultado. Não foram conseguindo porque Patrício, em último lugar, não deixou.
E surgiu (88′) a primeira polémica da noite. Capel “cai” dentro da área do Beira-Mar, em luta com Jaime e Cosme Damião assinalou grande penalidade, para além de mostrar o vermelho ao defesa aveirense. Do nosso ponto de vista foi uma jogada normal, ombro a ombro, até porque caíram os dois jogadores ao mesmo tempo. Chamado a marcação, Wolfswinkel fez o que não devia: rematar a bola para Rego defender.
Dois minutos depois, a segunda. “Entalado” entre dois jogadores do Sporting quando se fez ao centro, Batatinha caiu dentro da área, tal como Miguel Lopes e o árbitro marcou grande penalidade. Temeu-se o pior, apesar de se saber que o jogo teria cinco minutos de prolongamento.
Chamado à marcação, Rúben marcou mal e permitiu a boa defesa de Patrício, que salvou o Sporting de perder dois pontos. Ainda aqui, fica a dúvida se se justificou a marcação da falta, ainda pelo facto de não ter sido mostrado nenhum cartão a ninguém do Sporting. E foi ainda São Patrício a negar o golo do empate aos visitantes, numa magistral defesa, nos cinco minutos complementares.
Realce para Patrício, Boulahrouz, Capel (apesar de tudo), Rojo, Rinaudo e Insúa (Sporting) e de Rui Rego, Sasso, Rúben, Serginho, Nildo, Pedro Moreira e Hélder Lopes (Beira-Mar).
O árbitro Cosme Damião não esteve uniforme na marcação das faltas e na mostragem dos cartões, enquanto um dos auxiliares (Alfredo Braga) foi lento na marcar dos fora-de-jogo, enquanto o outro (Inácio Pereira) esteve muito desatento no segundo tempo, que obrigou o árbitro a intervir de forma contrária em algumas vezes..
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Miguel Lopes, Boulahrouz, Rojo (Xandão, 85′) e Insúa; Adrien, Rinaudo e Labyad (Zezinho, 77′); Jeffren (Carrillo, 57′), Wolfswinkel e Capel.
Beira-Mar – Rui Rego; Pedro Moreira (Batatinha, 65′), Jaime, Sasso e Hélder Lopes; Ricardo Dias, Fleurival e Serginho (Saleh, 45′, entrando Nuno Lopes, aos 64′, porque Saleh saiu lesionado); Rúben Ribeiro, Rui Sampaio e Nildo.
Cartões amarelos: Pedro Moreira (23′), Fleurival (40′), Adrien (46′), Boulahrouz (71′), Rúben (84′), Rui Sampaio (90′). Vermelho para Jaime (87′)
Artur Madeira