Em véspera de Dia de Reis, os adeptos do Sporting receberam mais uma prenda: uma fava. E se mais houver, pode haver “enfartes” e o doente poder ficar “entrevado” algures. Foi este sábado, em Alvalade, perante um Paços de Ferreira que ganhou bem.
Tal como há dois anos (15.1.2011), o Sporting voltou a perder (na altura por 2-3) ante um Paços de Ferreira que provou que não é por acaso (e mesmo que o fosse, também teria mérito) que se sedimentou num quarto lugar à 13ª jornada.
Em Alvalade, soube, primeiro, jogar ombro a ombro com o Sporting, em termos de uma movimentação rápida, se bem que sem grande jogadas de tivessem sinal de perigo, com o Paços a passar a bola de jogador a jogador, olhos nos olhos, enquanto o Sporting mantinha o tal jogo individual que o caracteriza de épocas anteriores e que não muda, seja quem for que estiver à frente da equipa.
Capel, Jeffren e a maior parte dos jogadores “especializaram-se” em jogar a solo e quando passam a bola o resultado é nulo. Rematar também não é com eles mas jogar para trás sim. Aproveitou o Paços para delinear a táctica de cobertura à zona, sempre com jogadores disponíveis para uma cobertura de emergência, fechando bem o meio campo.
Aos 15′, Wolfswinkel isolou-se na pequena área do Paços mas remata para Cássio defender sem dificuldade. Dois minutos depois, foi Boulahrouz que desviou para canto um remate de Luiz Carlos que levada selo de golo.
Aos 26′, foi Hurtado que rematou para Patrício defender e aos 29′ foi Manuel José que obrigou Patrício a uma grande estirada para desviar a bola para a frente, não surgindo ninguém para a recarga. A displicência de alguns jogadores leoninos, perdendo muitas bolas em passes mal feitos, “agonizava”.
Aos 32′ a única grande hipótese de golo para os leões. Na sequência de um passe largo da direita para a esquerda, a bola chegou a Capel que, de cabeça e rasteiro ao chão, cabeceou para o poste mais perto, perdendo-se a bola de seguida. Capel ainda marcou um livre (41′) mas Xandão, de cabeça, mandou a bola por cima da baliza.
E chegou o golo do Paços de Ferreira. Com uma visão e passe perfeito, Josué lançou a bola da direita para a esquerda do seu ataque, onde surgiu Hurtado isolado, deu dois passes e quando Patrício tentava tapar o ângulo, chutou para o canto contrário da baliza. Um golo merecido. Onde estavam e o que faziam, Cédric (defesa direito), Xandão e Boulahrouz (os centrais)?
Na reentrada, a situação de um e de outro lado não se modificaram por aí além. As novidades foram as substituições que, como se verificou, não produziram quaisquer efeitos positivos, pelo menos no Sporting.
Carrillo (continua a correr mais do que a bola, a fazer passes com a bola a alta velocidade que ninguém consegue apanhar) ainda cabeceou ao lado (69′), mas foi Josué (71′) a obrigar Patrício a uma boa defesa, depois de um remate forte remate do meio campo leonino.
O Sporting continuava a arriscar muito pouco, tendo Viola (entretanto entrado) rematado para grande defesa de Cássio (77′), com Cédric (79′) a fazer o mesmo mas por cima da baliza.
Enquanto a Juventude Leonina deixou as faixas de pernas para o ar e não ocupou a sua bancada (as outras claques mal se ouviram), os 20.613 espectadores contabilizados também pouco se manifestaram em função do não espectáculo que o Sporting produziu.
Para o Sporting foi mais uma jornada: a 13ª, que correspondeu à descida ao 12º lugar, de parceria com o Nacional e o Gil Vicente. Em Olhão, na próxima ronda, pode ficar dentro da linha de descida.
No Paços, Cássio esteve muito bem, assim como Josué, André Leão, Hurtado, Antunes e Manuel José, enquanto nos leões Patrício, safou o Sporting de perder por mais.
O árbitro Rui Silva não teve problemas de maior mas pecou com a dualidade na marcação de faltas e na mostragem dos cartões amarelos, enquanto um dos auxiliares (Bruno Trindade) começou com problemas lentos a marcar os fora-de-jogo mas redimiu-se, enquanto o outro (José Lima) colmatava as faltas que o árbitro não marcava antes.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Eric, Boulahrouz, Xandão e Rojo; Adrien, Rinaudo e Pranjic; Jeffren, Wolfswinkel e Capel.
Paços de Ferreira – Cássio; Diogo Felgueiras, Ricardo, Tiago Valente e Antunes; André Leão, Josué e Luiz Carlos; Manuel José, Vínicio e Hurtado.
Cartões amarelos: Tiago Valente (40′), Josué (50′) e André Leão (79′)
Artur Madeira
