Na sua mensagem de Ano Novo, emitida esta noite, o Presidente da Republica, Cavaco Silva afirma mesmo “as famílias foram obrigadas a reduzir as suas despesas do dia-a-dia, mesmo em bens essenciais a uma vida digna”.
Nesta mensagem o Presidente reconhece as graves consequências sentidas pelos portugueses, “O desemprego, em especial entre os jovens, atingiu uma dimensão preocupante”, e ainda “muitas pequenas e médias empresas encerraram as suas portas, devido à quebra da procura de bens e serviços”, para concluir com a frase “temos urgentemente de pôr cobro a esta espiral recessiva, em que a redução drástica da procura leva ao encerramento de empresas e ao agravamento do desemprego”.
E olha para 2013 e poucos dias de ter promulgado o Orçamento de Estado, e alerta “de acordo com as previsões oficiais, as dificuldades das famílias não irão ser menores no ano que agora começa” e “execução do Orçamento irá traduzir-se numa redução do rendimento dos cidadãos, quer através de um forte aumento de impostos, quer através de uma diminuição das prestações sociais”.
Mas olhar para 2013 diz também que “todos serão afetados, mas alguns mais do que outros, o que suscita fundadas dúvidas sobre a justiça na repartição dos sacrifícios”, o que vai conduzir a uma declaração que já era aguardada que enviou para o Tribunal Constitucional o Orçamento do Estado para 2013 este verificar se está em conformidade com a Constituição da República.
Cavaco Silva afirma que os portugueses querem saber se vale a pena o esforço que estão a fazer e se, no final, o País chegará a bom porto por isso “É essencial que todos compreendam que as dificuldades que Portugal atravessa derivam do nível insustentável da dívida do Estado e da dívida do País para com o estrangeiro.
Quanto ao que Portugal deve fazer em relação à divida diz que “Tentar negociar o perdão de parte da dívida do Estado não é uma solução que garanta um futuro melhor. Poderia criar uma ilusão momentânea, mas, no final, estaríamos numa situação dramática, pior do que aquela em que nos encontramos. Ninguém de bom senso pode desejar essa situação para o nosso País”, numa clara ideia contra aqueles que pedem para rever o acordo com a Troika, mas mais adiante afirma “em 2012, ficou claro que um processo de redução do desequilíbrio das contas públicas acompanhado de um crescimento económico negativo tende a tornar-se socialmente insustentável”.
Porque não existe um balanço positivo o Presidente da Republica diz “Precisamos de recuperar a confiança dos Portugueses. Não basta recuperar a confiança externa dos nossos credores. Temos de trabalhar para unir os Portugueses e não dividi-los”.
“O ano 2013 vai ser um ano difícil”, disse o Presidente da Republica, ficam mais algumas frases da mensagem desta noite com destinatários diversos:
“No coração das dificuldades do País está um problema fulcral: a falta de crescimento da nossa economia”;
“Na situação em que o País se encontra, os agentes políticos e sociais têm de atuar com grande sentido de responsabilidade”;
“O País não está em condições de se permitir juntar uma grave crise política à crise económica, financeira e social em que está mergulhado”;
“Desejo que…já em 2013, se inicie um ciclo de crescimento da economia”;
“Se todos fizerem bem o que lhes compete, é possível que o crescimento seja uma realidade no ano que agora começa…Pela minha parte, tenho esperança que isso aconteça.”;
“O povo português tem dado mostras de um sentido de responsabilidade que deveria servir de exemplo para os nossos agentes políticos”;
Com uma ultima mensagem de esperança para Portugal e para os portugueses:
“Os Portugueses merecem um tempo melhor, para si e para os seus filhos, para as novas gerações”.