Ai Jesus!
Este título dá para um lado e para o outro. Para o Sporting, que não teve pernas para aguentar a segunda parte por “cima”; para o Benfica, porque Jesus soube “esperar” pelo “timing” para voltar tudo de pernas para o ar.
O Sporting baqueou porque não conseguiu manter, no tempo complementar, um ritmo idêntico ao tido na primeira parte, aliás do que deu a “saber” logo após sofrer o golo do empate, sendo uma causa plausível o menor tempo de descanso que teve em relação ao Benfica.
Elias (54′) teve o segundo golo nos pés mas não o discernimento necessário para tornear um Artur que foi de corpo à bola, com a baliza “escancarada”. E aí notou-se que a força anímica se começava a desmoronar..
Com maior posse de bola, com a quase totalidade dos passes feitos a preceito (Carrillo foi o pior neste campo), com um meio campo e uma defesa bem unida a fechar um Benfica que, com Cardoso e Lima apáticos, se tornou mais fácil de “domar”, o Sporting criou várias oportunidades, das quais apenas uma surtiu efeito.
Apesar do ascendente a todos os níveis, os leões não tiveram a arte e a manha de concretizar outras oportunidades, se bem que Artur também tenha contribuído para que a bola não entrasse mais vezes na sua baliza.
O único golo leonino foi concretizado por Wolfswinkel (30′), dando o melhor seguimento a um pontapé de canto por Capel, rematando forte sem defesa para Artur, se bem que nos pareceu que a bola terá tudo um pequeno desvio ao roçar em Garay.
Aberto o marcador para os donos da casa, podia esperar-se um “forcing” leonino mas não. E foi o Benfica que “ameaçou” marcar. Cardozo (37′), nas poucas vezes que pegou na bola, aproveitou uma “liberdade” e rematou forte para Patrício defender para a frente e conseguir ainda segurar a bola antes dela chegar a um avançado do Benfica. Chegou o intervalo em cima dos 45′.
No segundo tempo, o Benfica demonstrou que muita coisa estava para a acontecer e aos 51′ Lima teve oportunidade de empatar ao aproveitar uma deixa da defesa leonina, se bem que tenha rematado ao lado.
Mas o empate chegou pouco depois. Mais uma falha da defesa sportinguista e Ola John aproveita para centrar (rasteiro) para o meio da pequena área de Patrício onde, apertado por Cardozo, Rojo trai o seu guarda-redes e remata para dentro da baliza.
Com o empate, mais duas situações surgiram: o Sporting sofreu um “baque” terrível e, animicamente, começou a recuar para o seu meio campo, visivelmente “cansado”, dando azo ao surgimento do Benfica a comandar as operações.
Ganhando o meio campo leonino, os homens de Jesus passaram a pressionar (“imitando” o que o Sporting fez no primeiro tempo) e depois de Patrício “safar” um segundo golo do Benfica, defendendo com os pés um remate de Ola John.
Ínsua, num contra-ataque rápido (75′), rematou forte mas a bola foi direitinha à trave e perdeu-se a oportunidade, o que pareceu “enfurecer” o Benfica porque cinco minutos depois passou a liderar o marcador.
Na marcação de um livre (80′), a bola segue para Salvio que rematou fora do alcance de Patrício e surge Boulahrouz a defender com as mãos. Grande penalidade que Cardozo aproveita para colocar o resultado em 2-1.
E cinco minutos depois foi o mesmo Cardozo a fixar o “placard” em 3-1 (86′), cabeceando a bola para dentro da baliza.
Um resultado pesado para o Sporting, em especial pelo que fez no primeiro tempo, retirando-se que a derrota aconteceu também por falar de maturidade da maior parte dos jogadores leoninos, colocando o clube cada vez mais longe dos lugares do pódio.
No Sporting, relevo para Patrício, Wolfswinkel, Capel, Pranjic, Rinaudo e Insua, enquanto no Benfica Cardozo foi a “chave” da vitória, a par de Artur, Maxi pereira, Ola John, Salvio, Melgarejo e André Gomes.
Marco Ferreira (não sendo internacional) teve uma estreia auspiciosa: se algum erro existiu, não se deu por ele. Deixou jogar, os jogadores perceberam isso depressa e acabaram por colaborar para uma boa jornada de futebol, onde também cabem os auxiliares Sérgio Serrão e Nelson Moniz.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Eric, Boulahrouz, Rojo e Insua; Elias (Xandão, 84′), Pranjic e Rinaudo; Carrillo (Viola, 69′) Wolfswinkel e Capel (Izmailov, 86′).
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Jardel, Garay e Melgarejo; Salvio (André Almeida, 87′), André Gomes, Matic e Ola John (Gaitan, 81′); Lima e Cardozo (Rodrigo, 89′).
Cartões amarelos: Maxi Pereira (19′), Matic (44′), Carrillo (69′), Rinaudo (85′) e Rojo (88′). Cartão Vermelho a Boulahrouz (80′).
Artur Madeira