Foi com estas palavras que Marco António Costa, secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, se expressou no encerramento do II Fórum promovido pela Liga Europeia de Futebol Profissional, esta terça-feira efectuado em Lisboa.
Marco António Costa falava a propósito do futebol “ser um veículo extraordinário de comunicação e mobilização” de milhões de cidadãos em todo o mundo, tendo salientado ainda que “este valor da pedagogia comunitária é significativo e leva as instituições a fazer sem que o Estado faça algo por isso” frisando que “é por isso que aqui estou a agradecer esse trabalho, em nome do Governo, nesta causa de responsabilidade social”.
Aproveitou ainda para dizer que “não haverá Ano Europeu do Envelhecimento activo se não houver a componente física”, reforçando a necessidade de “pedir a vossa ajuda para analisarmos a agenda social para 2013, quando se comemorará o Ano da Luta contra a Indiferença”.
Sem dúvida um acto de humildade e humanidade de um secretário de Estado que solicita o apoio da sociedade civil para ajudar a combater estes problemas (grandes) numa área de uma população cada mais carente.
Um final feliz, dir-se-á, para o Fórum sobre a Responsabilidade Social do Futebol Profissional que a Liga Europeia das Ligas Profissionais de Futebol levou a efeito pela segunda vez com assinalável êxito e sob o lema “Futebol grandioso faz coisas grandiosas”, segundo Emanuel Medeiros, o CEO da citada liga (EPFL).
Representantes das Fundações oriundas das Ligas Profissionais de Espanha, Alemanha, Inglaterra, Holanda, Itália, incluindo as Fundações Benfica, Sporting, Marítimo e do jogador Pauleta, tiveram oportunidade de divulgar as experiências já protagonizadas, num programa que, tendo também âmbito de solidariedade, contou ainda com as intervenções da directora da Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) e de Isabel Jonet, a presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares contra a Fome, que deu origem a mais uma campanha de recolha de alimentos, promovida pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Emanuel Medeiros salientou, na abertura, que “existem 40 milhões de pessoas “amontoadas” por causa de um consumismo cego e desenfreado, sendo esta a crise mais grave à que a que se seguiu à segunda guerra mundial, com os jovens de hoje a viver pior que os pais, sendo mais qualificados mas sem emprego”.
Pelo meio, houve ainda tempo para a Liga Portuguesa – posteriormente secundado por Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol – através do seu presidente, Mário Figueiredo, exigir ao governo que “nada queremos que nos dêem mas o que não queremos é ser discriminados de forma negativa”, isto face ao aumento do IVA para 23%.
Para Emanuel Medeiros, “As Ligas europeias são muito mais do que ostentar líderes. A responsabilidade social está no coração da EPFL e Ligas nossos membros. Mais do que nunca, o futebol reconhece as suas responsabilidades para com a sociedade, que é confrontada com dificuldades sem precedentes económicos e sociais.
Este segundo Fórum voltou a merecer rasgados elogios pela oportunidade da sua realização, aguardando-se que algo resulte. Para já, em Portugal, onde a 1 de Janeiro de 2013 se inicia o Ano da Luta Contra a Indiferença.
