Domingo 26 de Novembro de 1673

Ola e Garay ou a dupla goleadora inesperada

20nov 3078 SLB Celtic cnLiga dos Campeões – Benfica, 2 – Celtic, 1

Apesar do domínio intenso em todo o jogo, Cardozo e Lima não estiveram nos seus dias e foi previsto um defesa e um médio para garantirem a vitória benfiquista, num jogo dinâmico e que até os escoceses gostaram.

É verdade. Junto da mini-feira de venda de artigos do clube da Luz, três adeptos do Celtic caminhavam e conversavam, tendo um deles dito, para a minha pessoa, que “foi um bom jogo”, com o ar mais sereno do mundo, o que até nem é muito normal nestas claques das terás de Sua Majestade a Rainha. Mas ficou registado o fair Play. É muito bom.
Quanto ao jogo, o Benfica dominou na maior parte do tempo (59-41% no primeiro tempo e 62/38%), fez 27 remates contra 4 do Celtic, o que não correspondeu ao número de golos registado. Mas diga-se que o Benfica, que podia ter metido mais um golo, não conseguiu as oportunidades desejadas, se bem que tivesse desperdiçado algumas.
Como lhe competia, o Benfica começou ao ataque, “abanando” os escoceses que tiveram duas falhas flagrantes de marcação e colocação que originaram o primeiro golo logo aos 6′, por intermédio de Olá John, no último ressalto em que a bola sobra para si e fez o golo à vontade.
Mantendo um ritmo mais vivo e com m ais de tempo com a bola, o Benfica como que “descansou” um pouco e durante vinte minutos a produção foi baixa, sendo de salientar um acerto muito grande na antecipação aos adversários, o que também ajudou na posse de bola.
Olá John foi um autêntico quebra-cabeças durante todo o jogo, umas vezes construindo outras abusando das fintas e perdendo a bola, se bem que o saldo seja positivo.
Menos positivo foi a passividade atroz de toda a defesa benfiquista, Artur incluído, quando o Celtic empatou, aos 31′. Na marcação de um canto, Mulgrew fez a bola voar até ao canto contrário onde, sem ninguém a estorvá-lo – estavam todos a olhar para a chuva que caía na altura – Samaras saltou e cabeceou com calma para o fundo da baliza.
Aos 40′, num rápido contra-ataque, Cardozo, Lima e Olá John ficam apenas com um defesa na frente mas nenhum deles soube trocar a bola e dar ao que melhor posicionado estivesse para chegar ao golo. Uma perdida flagrante.
Os últimos cinco minutos do tempo inicial foram de “sufoco” para os escoceses, com remates de Olá John, Salvio e André Almeida a passarem por cima da barra da baliza.
No segundo tempo, notou-se que o Celtic se apresentou mais fechado – o empate era ouro sobre azul – e o Benfica foi, na prática, a única equipa em campo, porquanto o domínio foi evidente, tendo excelente oportunidade para desempatar aos 52′, quando o defesa Matthews defendeu quase em cima d alinha de golo, com o guarda-redes batido.
Pese embora a defesa do Celtic tenha falhado muitas vezes na sua grande área, permitindo ao Benfica “abrir” caminho para o golo, a verdade é que os remates de Luisão (58′), Ola John (68′) e Salvio (69′) passaram sempre ao lado, isto depois de Commons (66′) ter obrigado Artur a safar o perigo na sua área.
Mas aos 71′ chegou o golo do triunfo. No corolário atacante que se fazia sentir, a bola andou a girar pela grande área do Celtic, com remates e devoluções da bola, até que Garay, sozinho, fez o mais fácil: metê-la na baliza à guarda de Forster, que não podia fazer melhor.
Dois minutos depois foi Salvio, num remate de longe ao estilo de folha seca, levar a bola a bater na barra, seguindo-se, aos 80′, na marcação de um livre, Cardozo a dar o seu principal ar de presença com um potente remate para uma grande defesa de Forster.
Mas Watt ainda fez “tremer” o estádio com num remate que passou a rasar o poste da baliza de Artur.
Um triunfo muito aplaudido pelos 47.065 espectadores presentes (quiçá descontando os do Celtic), pese embora o apuramento (para a Liga dos Campeões, porque para a Liga Europa o 3º lugar é suficiente) ainda não esteja garantido, tudo dependendo dos resultados da última ronda, em 5 de Dezembro, com o Benfica a deslocar-se a Barcelona e o Celtic a jogar em casa contra o Spartak Moscovo, o último do grupo e já eliminado. No outro jogo desta terça-feira, o real Madrid venceu o Spartak por 3-0.
Neste jogo destaque para Luisão (um regresso em estilo mas com nervos a mais), Olá John (o herói), Salvio, Garay, Melgarejo, André Almeida e Enzo Peréz.
No lado dos escoceses, relevo para Forster, Ambrose, Wilson, Samaras, Mulgrew e Wanyama.
A equipa de arbitragem húngara, chefiada por Viktor Kassai, esteve muito bem.
As equipas:
Benfica – Artur; André Almeida, Luisão, Garay e Melgarejo; Ola John, Matic (Maxi Pereira, 77′) e Lima (Gaitan, 75′); Peréz, Cardozo e Salvio (Jardel, 90+1′).
Celtic – Forster; Lustig, Wilson, Ambrose e Matthews; Brown (Commons, 63′), Ledley (Watt, 79′), Wanyama e Mulgrew (Kayal, 45′); Samaras e Hooper.
Cartões amarelos: Samaras (38′), Ledley (48′), Melgarejo (76′), Wanyama (85′) e André Almeida (90+1′)

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