A afirmação foi produzida por Andre Chaker, da Associação Mundial de Loterias, no decorrer de um encontro com os jovens repórteres lançados pela Associação Internacional de Imprensa Desportiva, que teve lugar em Baku (Azerbaijão).
A AIPS aproveitou a realização do mundial de futebol feminino de sub-17, para continuar a formação dos jovens repórteres, tendo decidido trazer à luz do dia mais um problema que aflige não só as estruturas desportivas mundiais como também os governos de vários países, que não conseguem um “antídoto” para acabar com esta “praga” das apostas mútuas ilegais.
De acordo com o descrito pelo jovem repórter Nicola Abercrombie, da Nova Zelândia, aquele dirigente salientou que “estamos hoje ao mesmo nível do que a manipulação dos resultados, por via do doping, que se verificou em 1991”, um e outro tema lesivo dos interesses de todos aqueles que tem como função promover e desenvolver a actividade desportiva.
Chaker atribui esta situação (viciação dos resultados) a dois factores principais: “o sucesso financeiro global do desporto e a “explosão” que a Internet promoveu com este fenómeno”.
“Hoje – frisou Chaker – temos informações que mostram que existem 15.000 locais no mundo onde se pode fazer uma aposta, pese embora as organizações que o possam fazer legalmente não passem das 200”, acrescentando que “o desporto é um alvo muito fácil, porquanto não tem uma actividade bem organizada, é maleável e sujeita à influência de quem se envolver em apostas ilegais”.
Depois de salientar, pela positiva, “que esta luta contra a viciação de resultados e apostas ilegais ainda estava no começo, saudando a FIFA e COI pela iniciativa já desenvolvida”, Chaker reforçou que a Associação Internacional de Loterias, através do programa “SportAccord”, que visa aumentar a consciencialização de todos os intervenientes no processo.
Concluiu afirmando que “estamos muito longe do que se tem feito no âmbito da luta contra o doping, pelo que prevejo que vamos observar muita corrupção no futuro”.
Portugal não foge a este problema, sendo um factor grave, em especial porque alguns clubes – depois de beneficiarem das verbas da publicidade oriunda da Bwin – foram obrigados a abandonar este “barco” porque a empresa foi proibida de actuar em Portugal. Como outras.
Sabe-se, por outro lado, que o governo português está a analisar o processo – há muito “preso” nalguns gabinetes – que se admite seja complexo e quiçá complicado, uma vez que vai conflituar, por certo, com o estatuto que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a detentora de todos os jogos sociais em Portugal, detém e dos quais, como se sabe, não “abre mão”.
Aguarda-se que o problema evolua favorável e rapidamente, porquanto o país está sem dinheiro e, por certo, o desporto é um dos que vai sofrer cortes, face à situação que o país vive.