A fazer fé no que a comunicação social, em especial o “Record” desta terça-feira, dá à estampa, os adeptos do Sporting devem estar de “boca aberta” pelas características que “são” exigidas ao técnico que for contratado.
Por exemplo, estar “habituado a vencer”, ter “motivação elevada” e “experiência ao mais alto nível”, promover um “futebol ofensivo” e, ainda, “aceitar o desafio de conquistar títulos esta época”.
Só se for algum “parvo” é que se apresentará e assinará com estes objectivos que, não deixando de ser normalíssimos, devem ser os de toda a gente que quer obter resultados positivos. Daí estarem sempre presentes.
Só que, nesta caso, a equipa está sem rumo, sem ritmo, sem chama nem alma, mal classificada (12º à 6ª jornada) , psicologicamente arrasada e com a época a atingir o primeiro terço da época desportiva de 2012/2013.
Quem vier só deve acordar que fará “o melhor possível”, porque não conhece ninguém, não sabe o estilo de jogo (se existe) do plantel, desconhece o perfil de cada jogador e, acima de tudo, a forma de cada um reagir quer às adversidades ou aos êxitos, estes inexistentes.
Não se pode actuar apenas com o “coração” – como se verificou e provou com Sá Pinto, sem arcaboiço global para a função, apesar dos “estudos/cursos superiores” apresentados como currículo – mas com a “razão” de um querer, de uma força mental, de um estatuto de liderança que o jovem “coração de leão” jamais teria para chegar a bom porto. Como se comprovou.
Mas um problema que não é só de técnico. É-o também da estrutura que está associada (SAD) onde a qualificação dos agentes que a integram deixam muito a desejar, em especial no âmbito social, na comunicação (interna e externa), no saber “cheirar” o balneário e, muito em especial, na liderança. Para ganhar dinheiro há muitos. Para saber fazer as coisas há poucos. E o que se passa é que…estão lá para ganhar dinheiro.
É bom recordar a “estatura” moral, técnica, social, que Carlos Queiroz tinha após ajudar a conquistar os dois títulos mundiais de juniores e o que se passou, mais tarde, no Sporting e na selecção nacional sénior portuguesa. Foi pura e simplesmente “triturado”!
Será que o Sporting terá acordado com Sá Pinto todos os items que agora parecem ser a “chave” para um novo técnico? É provável. Desta ou de outra forma, por certo que estaria implícito. E porque é que os ditos “entendidos” (na estrutura) não souberam ver que Sá Pinto não era o homem para isso? Por motivos económicos? Pela razão do coração?
O estafado ditado português tem (quase sempre) razão.
“Santos à porta de casa não fazem milagres”. E sem dinheiro ainda muito menos!