Sábado 19 de Abril de 2025

Controlos de dopagem inteligentes

luishortaAcademia Olímpica em Almada

Este tipo de controlos, aliados ao sistema de localização dos atletas e ao passaporte biológico implementado há cerca de dois anos, são as maiores “armas” na luta contra a dopagem no desporto.

Isto mesmo foi referido pelo Prof. Doutor Luís Horta no decorrer do segundo dia da XXI sessão anual e IV sessão para membros da Academia Olímpica de Portugal, que este sábado decorreu na Pousada da Juventude, em Almada.

Mas não só. O presidente da Autoridade de Antidopagem de Portugal (ADOP), salientou ainda que, a partir da criação desta entidade, a Polícia Judiciária e a indústria farmacêutica também tem colaborado nesta luta que, acima de tudo, zela pela saúde dos praticantes desportivos.

Referiu ainda que o Comité Olímpico Internacional ainda está renitente em avançar na questão dos controlos inteligentes, que apontam para a realização de controlos fora de competição durante os últimos seis meses antes de se iniciarem os Jogos Olímpicos e não apenas nos últimos dias, isto para analisar o perfil de cada atleta de um modo mais real.

No âmbito dos novos caminhos da luta contra a dopagem no desporto, Luís Horta sublinhou que o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) deu seguimento aos recursos apresentados por alguns atletas, em especial ingleses, que foram expulsos dos jogos de Londres pela Federação Internacional de Atletismo, mas que vieram a estar presentes porque foi entendido, e bem, que ninguém pode ser duplamente punido pela mesma infracção. Isto é, os atletas foram sancionados com uma suspensão temporal, de acordo com o regulamentado, que não prevê a “expulsão” dos jogos.

Vítor Mota, “expert” em assuntos olímpicos pela experiência vivida durante muitos anos no Comité Olímpico de Portugal, abordou as grandes questões do olimpismo actual, tendo recordado a “crise” que o Comité Olímpico Internacional viveu em finais de 1999, com casos de corrupção interna, que levou ao afastamento de 15 dirigentes do citado comité, quatro dos quais expulsos definitivamente, por “favores” feitos quando da escolhas das cidades que acolheriam os Jogos Olímpicos, o que originou a reforma geral em 2000, com a profissionalização quase absoluta do COP.

Deu ainda a conhecer que a cadeia norte-americana NBC paga qualquer coisa como quatro mil milhões de dólares pela detenção dos direitos exclusivos da transmissão dos jogos, para além das marcas como a CocaCola (patrocínio garantido até 2024) e da Samsung (patrocínio até 2020), que podem render ao COI qualquer coisa como mil milhões de dólares. Coisa pouca.

Augusto Flôr, presidente da Confederação das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, abordou outro tema importante, como a Ética na sociedade e no desporto, tendo Rita Nunes feito uma apresentação dos jogos Olímpicos da Juventude, efectuados em 2011, em Singapura, evento que, tal como a vertente de inverno (este ano inaugurado em Innsbruck, na Áustria), foram implementados por Jacques Rogge, o actual presidente do Comité Olímpico Internacional.

Esta sessão anual da AOP termina este domingo com as intervenções do presidente do Comité Paralímpico de Portugal, Humberto Santos, e do chefe da missão olímpica, Mário Santos.

 

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