Aproximando-se o final do ano, encerrando mais um ciclo olímpico, é tempo de eleições para a maior parte das federações desportivas, cumprindo-se o ritual que surge de 4 em 4 anos.
É verdade que algumas apenas terão eleições no primeiro trimestre de 2013, mas o maior grosso da coluna está já a calcorrear o caminho na procura de ratificar os dirigentes que estão ou tratar de arranjar outros.
Neste arranque, a federação de Badminton foi a primeira a concluir o processo, pese embora nem todos os participantes concordem com a forma como o acto eleitoral foi realizado, alegando “ilegalidades”.
Na estrada estão, ao que se saiba, os processos relativos ás federações de Atletismo e Ténis, para além do Comité Olímpico (este em Março de 2013).
Apesar da crise que se vive no país, ainda há muitos voluntários (nestas duas modalidades podem surgir três listas distintas) disponíveis para dar o seu tempo à causa desportiva, quer sejam novos (concorram pela primeira vez) quer sejam dos chamados “habitués”, que “saltam” de eleições para eleições, umas vezes entrando, outras saindo.
No caso do Atletismo, por exemplo, os candidatos assumidos são três: Leonel Carvalho, Jorge Vieira e Vítor Mano.
O primeiro, que fora convidado por Fernando Mota tempos atrás para integrar os Órgãos Sociais, antigo atleta e campeão dos jovens aos veteranos, assumiu a candidatura na perspectiva de que, porventura, não haveria grande “rebuliço” (na positiva), isto é, que, com o apoio do ainda presidente e mantendo a grande parte dos actuais dirigentes, não teria que andar à “procura” de gente para preencher todos os lugares.
O que se sabe (pouco ou nada) é que não “dá” notícias.
O segundo, que também emana da actual direcção – onde desempenha o cargo de vice-presidente – sempre trabalhou na área técnica e está há muitos anos na estrutura federada, sendo também o responsável pela coordenação do centro de alto rendimento do atletismo, no Jamor. Pelo que foi veiculado pela comunicação social, conta com alguns elementos do executivo em exercício, o que divide o “plantel” que, eventualmente, Leonel Carvalho pensava ter do seu lado.
Vítor Mano foi recordista nacional em velocidade (100 e 4×100 metros), teve uma carreira muito positiva mas surge agora, pela primeira vez, sendo o “outsider” dos candidatos.
Fez a vida profissional como professor de educação física no sistema escolar nacional e surge agora “pleno de pujança” e, tal como os outros, com o apoio de antigos atletas (campeões e internacionais de gabarito).
Com o acto eleitoral marcado para 6 de Novembro, os lideres dos três “movimentos” preparam os documentos orientadores para o que querem fazer pelo atletismo português nos próximos quatro anos – numa altura em os ventos não são muito favoráveis, havendo que criar oportunidades em tempos de crise –, começam (ou continuam) os contactos com as estruturas que votam (Associações distritais e regionais, associações de atletas, de treinadores e de organizadores de provas) para tentar convencê-los a votar.
Com maior ou menor “velocidade”, o desfile segue dentro de momentos.
Uma “pincelada” final para referir que o número de candidatos ao Comité Olímpico de Portugal está a aumentar.
Ainda antes dos Jogos de Londres, Marques da Silva (secretário-geral) foi o primeiro a assumir-se, depois de Vicente Moura ter divulgado que não concorreria.
Pela mesma altura, Carlos Cardoso (presidente da Confederação do Desporto de Portugal), fechou-se em copas. Desde domingo passado já é candidato.
O terceiro – foi divulgado mas não se confirmou se foi o próprio a fazê-lo – é Manuel Brito, antigo presidente do Instituto do Desporto, actual vereador na Câmara de Lisboa e eleito na lista de Vicente Moura há quatro anos, tendo pedido a demissão do cargo.
Resta saber se Vicente Moura reconsidera e volta atrás, entrando também na disputa eleitoral ou se, porventura, surgirá outra (ou outras) vias alternativas, atendendo a que, com as eleições nas federações, pode sobrar muita gente que se disponibilize para o COP.
Parece um filme, não é? Quem sabe!