Sábado 23 de Novembro de 2024

E a prata veio de “braços” (águas) abertos

Natação – Europeu de águas livres

Depois de uma excelente prova como, por norma, são todas aquelas que correspondem à obtenção de títulos de gabarito, eis que Arseniy Lavrentyev conquistou, este domingo, a medalha de prata nos de 25 km.

A proeza foi cometida no Campeonato da Europa de Águas Abertas que decorreu em Piombino, na Itália, tendo o nadador luso cumprindo o percurso no tempo de 5.04.05,4.

Lavrentyev ficou atrás do búlgaro Petar Stoychev (5.04.02,3), que conquistou o ouro, enquanto a medalha de bronze foi alcançada pelo francês Axel Reymond (5.04.06,3).

Depois de passar em 14º na primeira volta, subiu para 11.º na segunda, posição que manteve, na terceira passagem. Na quarta caiu para 13º e a partir da quinta volta começou a subir até chegar ao terceiro lugar.

Nos quilómetros finais, mercê de um querer insofismável, o nadador luso conseguiu passar para 2º e lutou pelo ouro até à última braçada, não tendo conseguido mas fez jus a um prémio inteiramente merecido.

O mar esteve calmo no início da competição e só a partir dos 15km se verificou alguma ondulação. Participaram na prova 22 nadadores, cinco dos quais não terminaram.

Com a conquista da medalha de prata – a primeira nesta disciplina das águas abertas – Arseniy Lavrentyev obteve um resultado histórico para a natação portuguesa.

O primeiro pódio em Campeonatos da Europa foi alcançado por Alexandre Yokochi (Sófia, em 1985), com a medalha de prata nos 200 metros bruços. No Europeu de piscina curta (Lisboa, em 1999) José Couto obteve a prata nos 200 bruços e o bronze nos 100 bruços.

Arseniy Lavrentyev esteve nos Jogos Olímpicos de Pequim’08 e Londres’12, tendo obtido respectivamente o 22.º e 19.º lugar na prova de 10km.

Na distância de 25km o nadador, de origem ucraniana, obteve o 6.º lugar no Europeu de Eilat’11 (5:08:23.9), o 9.º no Europeu de Budapeste’10 (5:20:23.1), o 16.º no Mundial de Roma’09 (5:48:43.0) e o 12.º no Europeu de Dubrovnik’08 (4:44:38.1).

Já com a medalha ao peito, o vice-campeão europeu começou por referir que “ainda não acredito!”, tendo acrescentado que “é um sonho realizado”.

Quanto à prova, Arseniy Lavrentyev disse que “foi uma luta dura, houve uma altura em ultrapassámos as raparigas e houve alguma confusão. Para mim acabou por ser positivo, porque passei de 12.º para 6.º e nunca mais saí dos primeiros lugares”, tendo acrescentado que “na nona volta estava atrás do Stoychev, com o francês a bater com as mãos nos meus pés. Percebi que estava em 2.º e lutei pelo ouro até à última braçada. Ganhei a nadadores como o campeão do Mundo, o italiano Valerio Cleri, e estou muito feliz.”

Arseniy Lavrentyev dedicou o troféu “a toda a minha família, à minha esposa, ao meu treinador e a todas as pessoas que acreditaram em mim e me ajudaram ao longo da minha carreira.”

 

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