JP2012 – PALOP’s / Lusofonia
Angola voltou a brilhar nestes jogos desta vez realizados em Londres – tal como o tinha feito em Pequim – com José Sayovo (T11) a voltar a ser o dominador comum, porquanto foi o único que esteve em três finais, de que resultaram duas medalhas.
Mas estas duas medalhas (ouro nos 400 metros e bronze nos 200) ficam aquém das três que conquistou em Pequim, há quatro anos, pelo que parece ter existido um certo “desalento” deste atleta, de 39 anos de idade, invisual, que conseguiu 43 medalhas desde que iniciou a prática desportiva adaptada, há 14 anos.
Medalhas que deram o 51º lugar a Angola, enquanto Portugal se fixou no 63º posto, com três, sendo uma de prata e duas de bronze.
Mas quem é José Armando Sayovo?
Participou pela terceira vez consecutiva na maior manifestação desportiva para elementos que necessitam de cuidados especiais, subindo sempre ao pódio.
Nasceu na localidade de Catabola (Bié), e soma já 20 medalhas
de ouro, 20 de prata e 3 de bronze.
Para além disto, foi campeão mundial invisual em corta-mato (Portugal, em 2000); campeão por três vezes no Campeonato Africano de Atletismo, no Egipto (2000); ainda no campeonato mundial e recorde mundial no Canadá; para além de triunfos em várias provas de cariz internacional.
Foi também campeão paralímpico em 2004 (Atenas) nos 100, 200 e 400 metros, que corresponderam a outros tantos recordes; em Pequim (2008) conquistou três medalhas de prata. E muito mais há para dizer sobre este campeão dos campeões.
O outro representante dos países africanos de língua oficial portuguesa que chegou a uma final foi o cabo-verdiano Márcio Fernandes, no lançamento do dardo (F44) onde foi 9º entre os dez participantes.
Octávio dos Santos (Angola) foi o outro atleta em destaque, ao obter a oitava posição nas meias-finais dos 100, 200 e 400 metros.
No sector feminino, relevo para as angolanas Maria da Silva (meio-finalista nos 100, 200 e 400 metros) e Esperança Gicasso, também meio-finalista dos 100 metros.
Fica a certeza de que, em relação aos dez representantes de Angola (4), Cabo Verde (1), Guiné-Bissau (2), Moçambique (2) e Timor-Leste (1), todos fizeram o melhor e espera-se que isso possa servir para um maior investimento nesta área da sociedade, com vista a, em primeiro lugar, aumentar a prática em cada um destes países com vista à melhoria da saúde de cada um e, por outro, para que muitos dos cidadãos portadores de deficiência destes países possam aderir a uma causa que só faz bem.
Mas o mundo que fala português vai mais longe e, depois de passar por Timor-Leste chega a um Brasil cada vez mais afoito em liderar esse mesmo mundo.
Tem-se visto nas crónicas económicas, a subida do seu PIB, a subida da riqueza do povo e da sua expansão para os países africanos de expressão portuguesa – através da plataforma centrada em Portugal – e viu-se em Londres, nestes jogos Paralímpicos.
Em muitas das provas do programa global, o Brasil conseguiu meter atletas no pódio. É o que se chama ganhar em toda a linha.
Foi assim que conquistaram 43 medalhas (21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze), que corresponderam ao sétimo lugar da classificação oficial destes jogos Paralímpicos de Londres, no que foi um excelente cartão de apresentação dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.
Uma lusofonia cada vez mais actuante. O que é bom. Parabéns para todos.