Com apoio estatal
“A Cidade do Futebol fica gravada neste dia 5 de Setembro de 2012, neste espaço único do Vale do Jamor, onde se integra também o Estádio Nacional”- foi desta forma que Fernando Gomes, presidente da F. P. F. anunciou esta boa nova para a instituição que dirige e para o país.Perante um a plateia formada, essencialmente, por gente ligada ao futebol e na presença de vários membros do governo, Gomes salientou também que “o mundo mudou e não era crível, do nosso ponto de vista, que uma intervenção tão onerosa como a que estava planeada para Sintra pudesse, no contexto actual, ter oportunidade para avançar”.
Daí a opção pelo Vale do Jamor, depois de “nos últimos oito meses – segundo Gomes – a Federação e o Estado terem chegado a uma plataforma de convergência, que hoje aqui se celebra”.
Pelo meio, Gomes prestou homenagem quer a Fernando Seara (o autarca de Sintra) e a Gilberto Madaíl, pelo esforço que fizeram para, embora noutras formas, se concretizar este acordo.
Fernando Gomes salientou ainda que já garantiu 40% do investimento global previsto (dez milhões de euros), provenientes da UEFA (30%) e da FIFA (10%), sendo que espera obter uma boa parte de fundos comunitários europeus, através das candidaturas que, por intermédio da Câmara Municipal de Oeiras e do governo, irão ser feitas oportunamente.
O governo deu início ai seu apoio institucional ao subscrever o documento que outorga o direito de superfície à FPF em relação aos terrenos disponibilizados para o projecto, uma área por detrás da tribuna do Estádio Nacional (no outro lado da via que liga a A5 à Marginal) e outra na Quinta do Balteiro, aproveitando ainda um edifício que lá se encontra e que será recuperado.
Garantiu também o presidente federativo que “as verbas conseguidas, nos próximos dois anos, com os jogos particulares da selecção A também serão alocadas a este projecto” pese embora “tantas vezes mal compreendidas”.
Por certo, Fernando Gomes refia-se à “farpa” lançada pelo presidente do F. C. do Porto, Pinto da Costa, quando há dias questionou a realização de um jogo particular da selecção, no próximo interregno do campeonato (Novembro), num país africano, que “não sabia qual a importância disso”.
Por último, Gomes salientou que “queremos jovens neste espaço, queremos talentos portugueses, queremos atletas nacionais cada vez mais aptos para representar as selecções, porque o jogador português merece o que vamos construir, motivo pelo qual nos lançamos nesta obra de enorme envergadura”.
De acordo com o Arqtº José Paradela, autor do projecto global, os cadernos de encargos estarão concluídos até Dezembro de 2013, recebendo-se propostas, analisando-as e decidindo qual o vencedor até finais de Janeiro de 2014, a partir do que haverá 18 meses para a concretização da obra, ou seja, até Julho/Agosto de 2015.
A par das obras de requalificação que estão previstas, no mesmo espaço temporal, para as áreas mais problemáticas no Vale do Jamor, por certo que em 2015 as novas funcionalidades irão proporcionar um “desafogo” na preparação de muitos mais jovens (não esquecendo a área do Lazer) na prática das várias modalidades que este belo parque acolherá.
No dia em que comemora mais um aniversário – teve como prenda uma camisola da selecção nacional autografada por todos os jogadores, como teve oportunidade de salientar – o ministro Miguel Relvas referiu que “o sonho antigo ganhou forma a partir de hoje, o que é motivo de orgulho para o país”, para além de, com isto, “ser possível captar investimentos privados para o projecto global, nomeadamente da indústria hoteleira e turística”.
É de admitir que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, face à presença de um elemento da Administração liderada por Santana Lopes, venha a ser também um parceiro deste projecto.