Um resultado de 3-0, seja onde for e para que lado for, por certo que diz tudo em relação ao vencedor. Com sorte ou azar, jogando melhor ou pior, isso não importa nada. Foi o que se passou no estádio da Luz. O Nacional merecia, pelo menos, o golo da satisfação.
E isso pelo facto de ter sido a única em campo – jogando à bola, frise-se – e que se preocupou em jogar futebol de qualidade ante a passividade de um Benfica a que parecia faltar qualquer coisa. Em especial jogadores que “quisessem” procurar o golo.
Terá sido a ausência de Javi Garcia? Muito provavelmente. Ninguém “empurrava” a equipa para a frente, pelo que os momentos de perigo junto da baliza de Vladan foram quase nulos no decorrer da primeira parte.
Daí que o comando do jogo fosse madeirense e a bola só não entrou por razões que a própria razão desconhece. Mas é a vida.
O primeiro remate a sério à baliza foi de Salvio (12’) e a bola, caprichosamente, bateu no poste de uma forma estrondosa, tal foi a foça do chuto. Esta falta de acutilância benfiquista até deu para que não houvesse faltas a registar pelo Nacional, já que as que houve, e poucas, foram contra o Benfica.
Aos 22’ e 23’, o Nacional, por Rondon e Claudemir, criaram perigo mas a bola não entrou. O mesmo se verificou aos 26’, por Skolnik, tendo Rodrigo, aos 44’, tentado a sorte num remate de bicicleta, sem resultado.
O 0-0 ai intervalo era lisonjeiro para os benfiquistas.
Com a entrada de Matic para, saindo Carlos Martins – ao que parece lesionado e não estando disponível para a selecção – terá dado nova chama, a que se juntou, por certo, o “murro” na mesa por parte de Jesus no decorrer do descanso, que não via a equipa a jogar e a marcar. Mas “emendou”, mal amanhada, ao interrogar se “queriam ver o Benfica estar a vencer sempre ao intervalo por 3-0”. Boa desculpa para a descolorida exibição nos primeiros 45 minutos.
Por isso – e ou outras coisas – o Benfica entrou de rompante para o segundo e, em seis minutos, passou de um “horripilante” 0-0 para 2-0.
Aos 50’, foi Cardozo. Até aí quase não tinha tocado a bola. Na direita do seu ataque, Salvio faz um centro com conta peso e medida para o centro das pequena área, onde estava Cardozo a dizer sim e a enfiar a bola na baliza deserta, porque Vladan “ficou-se” pelo outro lado da baliza.
Depois, foi Rodrigo, também à boca da baliza, a passe do mesmo Salvio, empurrar a bola lá para dentro, depois de displicência da defesa nacionalista, ainda com Vladan também a “ajudar” com falha de desconcentração até aí tida.
Com este resultado, o Nacional quase caiu “redondo”, começou a andar mais devagar mas, mesmo assim, disponível para tentar o golo que merecia, enquanto o Benfica tinha agora toda as vantagens possíveis e imaginárias com os dois golos de vantagem.
Por curiosidade, não se percebe como é que o técnico do nacional, Pedro Caixinha, esteve até aos 77’ para fazer a primeira substituição, quando já perdia por 2-0 e com a equipa já a jogar devagar, pelo enorme esforço que fez até aí. Em vez de “refrescar”, porque, teoricamente, não tinha tempo para empatar ou mesmo ganhar, preferiu “matar” alguns jogadores já em mau estado físico. E por graça – só pode ser isso – apenas aos 90+1’ é que cumpriu as restantes (duas) substituições.
O 3-0 foi obtido por Cardozo, aos 89’, com o número sete benfiquista a rematar da melhor forma uma bola passada por Aimar, que havia entrado a substituir Rodrigo.
Merecem destaque Cardozo (apenas pelos golos, que é o mais importante), Luisão, Salvio, Rodrigo, Enzo Perez e Matic (Benfica), e Vladan, Moreno, Claudemir, Rondon, Isael, Mateus e, em especial, Skolnik, a formiga trabalhadora de toda a equipa.
Bruno Estes, o árbitro, deixou jogar, apitou pouco, não teve decisões difíceis, mas os seus auxiliares tem se estar mais atentos aos foras de jogo. É quanto a bola parte e não quando chega e, por isso, devem estar em linha com o último jogador da defesa (mais o guarda-redes), o que não se verificou.
As equipas:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Melgarejo; Carlos Martins (Matic, 45’), Witsel e Enzo Perez (Nolito, 66’); Salvio, Cardozo e Rodrigo (Aimar, 72’).
Nacional – Vladan; João Aurélio, Moreno, Revson e Marçal; Skolnik (Edgar Costa, 90+1’), Isael e Claudemir; Mateus (Oliver, 90+1’), Rondon e Candeias (Mihelic, 77’).
Artur Madeira