Toda a gente já tinha visto, há oito dias, que a amável equipa dinamarquesa era apenas isso: simpática, cortês. Em Alvalade, esta quinta-feira, confirmou-o sem ser preciso o Sporting jogar muito, porque também voltou a não ter uma exibição por aí além.
Mais forte em termos físicos e técnicos, os jogadores leoninos não tiveram grande pressa – nem arte nem manha para acabar o jogo mais cedo e, até, poder dar “baile” – porque continuam a pensar só em si próprio, maioritariamente com a bola em seu poder, pressionando sem obter resultados, porque o individualismo não dá mais, como foi visto pelas 25.030 espectadores presentes.
Logo aos três minutos, Elias perde um golo certo a passe de Carrillo, rematando por cima da barra mas, aos 7’, o Sporting abriu o activo por intermédio de Wolfswinkel que, só na grande área (ficou-se com a dúvida se estaria fora de jogo) não fez mais do que chutar para dentro da baliza, apesar da estirada do guardião Ronnow, que seria “brindado” com mais quatro, pese embora sem qualquer culpa em nenhum deles. A defesa é que não esteve lá.
Ao abrir o activo, o Sporting, como é costume, abrandou em vez de carregar no “acelerador” para acabar com eventuais veleidades., o que os visitantes não aproveitaram porquanto parecia não valer a pena arriscar muito.
Com o 2-0 aos 22’ – um auto golo obtido pelo defesa Kortegaard, ao tentar retirar a bola nos pés de Carrillo – a eliminatória estava decidida, o que provocou novo abaixamento do já baixo rendimento das duas equipas. Pelo que até ao intervalo nada de especial se passou.
No segundo tempo, foram precisos oito minutos (aos 53’) para o Sporting aumentar a vantagem.
Canto de Capel com conta, peso e medida para o miolo da pequena área, onde surgiu Wolfswinkel (53’), sozinho, a fazer o 3-0, desviando a bola do guarda-redes. E não se ficou por aí. Três minutos(56’) depois chegou o 4-0, por intermédio de Carrillo, depois de uma corrida pela esquerda, um desvio para o meio campo e, fora da grande, pontapeou forte para o canto superior direito da baliza de Ronnow.
Aproveitando o “sufoco” dos dinamarqueses, que teimavam no jogo de “brinca na areia” (eu passo a ti e tu passas a mim, eu passo ao outro e vice-versa mas não se avança), o Sporting aproveitou (63’) para chegar ao final 5-0, com um golo obtido por Elias, que agarrou uma bola perdida por um defesa e disparou para o golo sem apelo nem agravo.
Dez minutos em que o Sporting resolveu o que podia estar decidido há muito, apenas porque se esforçou um pouco mais, aproveitando ainda a “fraqueza” física de um adversário que nunca foi problema.
Em termos de jogo jogado foi pobre – apenas uma ou duas jogadas que mereceram um maior aplauso – mas serviu para o Sporting “acordar” para a vida. Vamos a ver se será assim quando regressar o campeonato (dia 16 contra o Nacional, na Madeira).
Realce para Wolfswinkel e Carrillo (com ênfase nos golos que marcaram), Cédric, Elias e André Martins, enquanto nos visitantes se enalteça a exibição do guardião Ronnow – que defendeu mais uma mão cheia de golos quase feitos – Fagerberg, Splemann, Rasmussem, Klove e Retov.
A equipa de arbitragem suíça, chefiada pelo juiz Cyril Zimmermann (auxiliado por António Luiz Fernandez e Bruno Zurbrugg), não teve problemas para levar o jogo a bom porto.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Cédric, Boulahrouz, Rojo e Pranjic; Adrien (Jeffrén, 64’), Gelson Fernandes (Carriço, 73’) e Elias; Carrillo (André Martins, 64’), Wolfswinkel e Capel.
Horsens – Ronnow; Alexander Juel, Rasmussen, Aslam e Kortegaard; Retov (Nohr, 69’), Kielstrup e Klove; Drachmann, Martin Splemann (Hajdarevic, 61’) e Fagerberg (Bjerregaard (45’).
Cartão amarelo para Kielstrup (52’).
Artur Madeira