JP2012 – Na cerimónia de abertura
A atleta Inês Fernandes, que ocupa a terceira posição do ranking mundial do lançamento do peso (classe F20, na área da deficiência intelectual), foi a porta-bandeira e a “ponta de lança” da comitiva portuguesa nos Jogos Paralímpicos de Londres, que esta quarta-feira tiveram a cerimónia de abertura.
Um evento bonito de se ver, em especial pela RTP2 – a amplitude das imagens, mostrando tanto ao pormenor tanto em magnitude o que se viveu passo a passo – dentro de um quadro de cenários da era moderna, onde a luz e cor são a esperança de uma visão saudável e socialmente brilhante para os cidadãos portadores de deficiência inscritos para as várias competições, ressalvando-se os que não tem ou tem uma reduzida visão, pelo que só “vêem” por aquilo que sentem e pelo que os seus pares dizem na passada do desfile.
São imagens que dizem tudo. De sentimento, de amizade, de confraternização entre povos dos 166 países que voltaram a encher a capital britânica e a esgotar os vários palcos para as “pelejas”.
É mais um exemplo de que o desporto ajuda na união, independentemente da maior ou menor competitividade que exista, sendo de relevar a importância social que estes eventos tem, não criando ou “incendiando” outros valores que não seja o da sã camaradagem, deixando para segundo plano o maior ou menor número de medalhas conquistado. A “medalhite” nunca deverá ser, neste âmbito, o principal factor de superioridade. Pese embora seja por aí que tenha que haver vencedores e vencidos.
Quanto a Inês Fernandes, a atleta é natural de Valença (Minho), onde nasceu em 28 de Junho de 1988, ostenta os títulos de campeã mundial e europeia mas irá estrear-se nos Jogos Paralímpicos, sendo uma das candidatas ao pódio, tendo por base o terceiro lugar na lista mundial deste ano.
Na frente da comitiva lusa, que é composta por mais 29 atletas e dirigentes a vários níveis, Inês apresentou-se garbosa, que decorre do seu porte atlético, como que mostrando que os atletas portugueses estão preparados para tudo, pese embora as dificuldades tenham aumentado significativamente face à aposta de mais países nesta área.
Número de países que são 166, para um total de cerca de 4.200 atletas, o que diz bem da grandeza destes Jogos Paralímpicos, que surgiram para promover a actividade física e desportiva dos cidadãos norte-americanos que sofreram várias mazelas em situação de conflitos militares e que entre esta quarta-feira e o dia 9 de Setembro cumpre a 14ª edição
Para além dos atletas e dos respectivos dirigentes, Portugal foi representado por Passos Coelho, Primeiro Ministro de Portugal, nesta sessão de abertura que – de que já falámos ao de leve – sabendo-se já que a festa de encerramento voltará a ser exclusivamente de música, tal como os Jogos Olímpicos recentemente terminados, onde sobressairá Rihanna e a banda britânica Coldplay.
Revisitando a história da presença portuguesa neste evento, a estreia verificou-se em 1972 com a presença de 11 atletas, “faltou” em 1976 e 1980 mas retomou em 1984, não tendo parado até hoje e num ritmo algo elevado, se tivermos em conta as 85 medalhas conquistadas desde esse ano (uma média de mais de dez medalhas por evento) e correspondentes à participação de um total de 234 atletas de onze modalidades, o que deve considerar-se como excelente.
O atletismo (50) e a boccia (22) tem sido, desde o início, o grande suporte para a conquista das medalhas e que nunca falharam, nas oito presenças, registando-se ainda as nove na natação, duas no ciclismo, uma no futebol e outra no ténis de mesa.
Das 85 conquistadas, 25 são de ouro, 29 de prata e 31 de bronze.
Passando em revista os nossos representantes deste ano, 15 são do atletismo, 9 do boccia, 4 da natação, um do remo e outro da equitação.
Em termos de calendário de provas, apenas uma atleta portuguesa vai estar em actividade no primeiro dia de provas, esta quinta-feira, para o caso a nadadora Simone Fragoso, nos 50 metros livres.
Sexta-feira (dia 31), Filomena Franco vai estar na primeira ronda das provas de remo; Nuno Alves e Ricardo Vale estarão na primeira eliminatória dos 1.500 metros (atletismo), na classe T11 (deficiência visual).
A bandeira dos jogos Paralímpicos foi hasteada. A chama acendeu-se. E vai continuar acesa até ao dia 9 de Setembro, quando se apagará. Para regressar em 2016, no Rio de Janeiro. Boa sorte a todos.