LIGA ZON/SAGRES – Sporting, 0 – Rio Ave, 1
Várias vezes temos referido que o tipo de jogo que o Sporting vem praticando há bastante tempo não cria bons auspícios para que a equipa possa ganhar.
{jathumbnail off}Por muitos ou por poucos. Bola para o lado e ou para trás, não é sistema. A baliza está no lado contrário.
E foi isso que voltou a acontecer diante do Rio Ave – que cometeu a proeza de ganhar pela primeira vez em Alvalade – pese embora isso se pudesse esperar se olharmos para os resultados das duas últimas épocas, quando os avenses perderem apenas por um golo.
A falta de jogadores que “decidam” jogos – médios e atacantes, em especial – estão na origem deste tipo de resultados, agora mais grave porque o clube de António Stromp não tem dinheiro, face à crise que se vive no país. Roquette e seus pares iniciaram o que agora está a acontecer, depois das “lições” de Soares Franco e, em especial, de Luís Bettecourt.
É por isso que existem “Muros” em Alvalade. É por isso que os jogadores não conseguem jogar para a frente, para marcar golos. E porque não há ninguém, sem mácula, que lhes ensine o que tem a fazer. “Licenciados” há muitos. Mas pouco literatos no saber e na experiência.
Pode falar-se de anti-jogo, mas o que aconteceu foi que não houve futebol de primeira do lado dos leões. O Rio Ave empregou a táctica que mais lhe convinha, meteu um golo e defendeu-o com unhas e dentes. Teve sorte (que protege os audazes) e até podia ter chegado ao 2-0. Mas os jogadores souberam o que estavam a fazer.
Momentos cruciais houveram poucos. Aos 8 minutos, foi Del Valle que criou perigo para, minutos depois, Adrien lançar Insúa que centra para a defesa de Oblak, um dos “muros” instalados no relvado, a par de Nivaldo – um senhor em jogo – Del Valle e Edimar.
O Sporting apenas quis, com tem sido hábito, ter a posse de bola. Aí ganhou e bem. Só que não serviu de nada, tanto mais que só aos 34 minutos o Sporting fez o primeiro remate a sério, por intermédio de Carrillo, desta vez sem discernimento para nada. Dois minutos antes, Esmael assustou Patrício, que só agarrou a bola à segunda tentativa.
Aos 38’, Filipe Augusto não conseguiu dar o melhor caminho à bola, porque foi desviado por um defesa sportinguista mas, dois minutos depois, o Rio Ave chegou ao1-0. Rápido contra-ataque, com a defesa leonina a permitir o avanço dos visitantes e aproveitando Edimar, no lado contrário da área do Sporting, o passe de Del Walle para arrancar um potente remate que levou a bola a entrar como uma seta na baliza de Patrício, deixando Sá Pinto à beira de um ataque de nervos.
No início da segunda parte, entram André Martins e Labyad mas não produziram os resultados que o técnico pretendia. O mesmo sucedendo com a entrada (71’) de Viola.
Daí que, no tempo complementar, coube ao Rio Ave tentar manter as redes invioláveis, fosse de que maneira fosse. E quase chegou ao 2-0: primeiro à passagem do minuto 59’, quando Braga tardou em rematar e, quando o fez, foi para as mãos de Patrício e, segundo, aos 61, quando Del Valle remata com força para a baliza e a bola encontra um companheiro seu na trajectória, saindo pela linha lateral.
As “picardias”, face ao desnorte que viviam, começaram a surgir pelo lado dos jogadores do Sporting, e os amarelos começaram a sair. De futebol pouco mais se viu e de emoção muito menos.
Foi ainda o Rio Ave que, por intermédio de Wires, criou perigo (90+1’), tendo Oblak salvado o triunfo com uma defesa de grande categoria aos 90+4’.
Um triunfo justo do Rio Ave ante um Sporting em estilo de “futsal” e sem paciência, ante os 30.991 espectadores presentes.
O árbitro Marco Ferreira (Porto) começou por deixar jogar, pese embora uma outra falta que devia ter sido marcada, e acabou a “amarelar” seis jogadores (4 do Sporting, comprovando o desnorte porque passou a equipa leonina), num trabalho que se considera globalmente positivo, não tendo havido “casos” de jogo, o que é sempre bom. Boa parceria dos auxiliares Nélson e Cristóvão Moniz.
As equipas alinharam:
Sporting – Patrício; Cédric, Boulahrouz, Rojo e Insúa; Adrien (Labyad, 45’), Gelson Fernandes (Viola, 71’) e Elias (André Martins, 45’); Carrillo, Wolfswinkel e Capel.
Rio Ave – Oblak; Lionn, Marcelo, Nivaldo e Edimar; Tarantini, Wires e Filipe Augusto; Del Valle (João Tomás, 83’), Braga (Vigor Gomes, 67’) e Esmael (Vilas Boas, 74’).
Cartões amarelos: Filipe Augusto (55’), Gelson Fernandes (68’), Cédric (72’), Rojo e Lionn (75’) e Carrillo (80’).