Terça-feira 03 de Dezembro de 2024

Governo tem que decidir o que quer fazer em termos desportivos

main_logoJO2012 – Vicente Moura

Por curiosidade, ou nem tanto, e logo após a Canoagem ter conquistado uma medalha para Portugal, Vicente Moura – até aí calado em relação ao comportamento da representação nacional e a outros temas –

saltou para a ribalta para dizer, via agência LUSA, que “a responsabilidade pela definição da política desportiva do país é do Governo, pelo que terá que ser ele a decidir o que quer fazer em termos desportivos do país”.

Adiantou ainda que “se pode restringir a prática desportiva, restringir modalidades, mas há que tomar opções porque, se não tomarmos essas opções, caminharemos para a desgraça de termos uma participação irrelevante no Rio de Janeiro.”

Para o efeito, Vicente Moura defendeu “que é indispensável mudar de paradigma, sob pena de, daqui a quatro anos, Portugal ser um país residual nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro”.

Frisando que “o comité olímpico fez tudo o que estava ao seu alcance na preparação da equipa para Londres2012, tal como o actual Governo e o anterior, para mais na situação em que o país se encontra”, Vicente Moura salientou “que o desporto representa um dos melhores índices do país”.

Depois de elogiar a amazona Luciana Diniz e a dupla de canoagem Emanuel Silva e Fernando Pimenta, que considerou “uma medalha importante para o país mas também para a canoagem”, Vicente Moura questionou: “Se queremos 10 ou 11 medalhas, então temos de mudar de caminho. Há muitos atletas africanos que querem vir para a Europa e as medalhas aparecem”. O presidente do Comité Olímpico de Portugal deu ainda o exemplo da delegação espanhola que, salientando que “trinta por cento dos atletas da Espanha não nasceram no território, são estrangeiros”.

Será um apelo a que Portugal entre no mesmo “esquema”? É este o paradigma que defende? Ou não será melhor pensar-se na redução das modalidades – apontando para o governo decidir quando deverá ser o movimento federativo português a fazê-lo – e tornar os mínimos mais exigentes para evitar a “mediania” quebrada por esta ou aquela medalha ou os cinco lugares (apenas) de lugares de finalistas até agora conseguidos? E dos 77 que foram, mais a mais sem modalidades colectivas, se fossem só 30 ou 40 o resultado não seria o mesmo?

O apelo à união entre todos – sempre que os Jogos Olímpicos acabam – para se tomarem medidas para o futuro, no que é que dá, por norma? Pedir ao governo que dê mais meios, financeiros e estruturas. Desta vez será diferente? Seria muito bom que assim fosse!

 

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