A viver em Portugal desde 2006 e representando o Belenenses, Holder Silva é um dos atletas guineenses que vai vestir as cores do seu país nos Jogos de Londres.
Holder contou que Francis Obikwelu e Arnaldo Abrantes são as suas referências, referindo que “quando de um estágio que fiz em Lisboa, em 2005, nem sabia montar nos blocos”. Justificou que “foram estes dois grandes atletas que me ofereceram uns ténis e ensinaram a fazer a partida dos blocos”.
De regresso à Guiné, Holder conseguiu obter uma bolsa olímpica e foi para o Senegal. Pouco tempo depois, recorda o atleta, “consegui começar a correr em 10,70 e poucos, cheguei a Portugal e baixei para 10,45 e, depois, para 10,36, que é melhor marca que eu tenho».
Em declarações prestadas à Agência Lusa, Holder disse que “vai correr os 100 metros, apesar de não ter alcançado mínimos”, beneficiando de um convite da Federação Internacional de Atletismo para países sem atletas qualificados.
Holder recordou que “o meu problema é de base. De há cinco anos para cá, ganhei tudo como júnior e como sub-23 também, onde fui campeão de Portugal, em 2008. Não correu o Francis, nem correu o Arnaldo. Depois, ganhei ao Arnaldo e estava acima de todos. Mas tive azar, fiquei doente. Fiz 10,36, parti o pé e foi tudo abaixo”.
Holder passou pelo Benfica e pelo Sporting mas agora representa o Belenenses e, graças a deus, “a questão financeira está desenrascada, se bem que esteja a atravessar uma fase muito difícil. Toda a gente sabe como o país está”, lamentou.
Holder Silva forma com Graciela Martins (atletismo), Augusto Midana (luta) e Jacira Mendonça (luta) o quarteto de atletas da Guiné-Bissau, que partilham com a comitiva de Portugal o mesmo edifício na Aldeia Olímpica.