Só se foi o que se verificou no início do jogo, quando o estádio em peso aplaudiu a equipa e cantou o hino nacional cheio de alma, coração e calor. Depois foi o descalabro e uma derrota que, depois do empate com a Macedónia, não garante coisa nenhuma na fase final do europeu.
Começando, como lhe competia, a tentar tomar as rédeas do jogo, a verdade é que poucos foram os momentos de “frisson” no decorrer dos primeiros 45 minutos, pese embora o jogo tenha decorrido com um ritmo razoável.
Ronaldo, aos 6’, ensaiou o seu primeiro livre que, tal como os restantes que marcou na zona da área dos turcos, não deram qualquer resultado positivo. E foram até os visitantes que, cerca dos 12’, criaram perigo quando Bulut (o autor dos dois primeiros golos turcos) isolado, falhou o remate já dentro da área à guarda de Patrício.
Aos 13’ há novo livre por Ronaldo sem resultados e Portugal começou a não encontrar forma de avançar no terreno com a bola controlada. Quando o tentou fazer existiu sempre um passe a mais.
Ainda assim, aos 28’, na esquerda do ataque luso, a bola é passada para Pepe que, saltando mais do que o adversário, reenvia o esférico para Hugo Almeida que, com um remate forte, rematou à barra.
Mas o mesmos e passou logo de seguida mas ao contrário: foram os turcos a mandar à bola ao poste de Patrício, na sequência de um livre marcado por Emre. E pouco depois surgiu o primeiro golo.
Aos 34’, Bulut, um dos pesos pesados da equipa, posicionou-se na forma ideal para fazer o golo, com um pequeno toque, depois da bola ter surgido da esquerda do seu ataque sem que Miguel Lopes tivesse tempo de fazer frente ao atacante turco. Estava feito o 0-1.
Novo desalento para a selecção lusa mas aos 40’ Portugal podia ter chegado ao empate se Hugo Almeida tentasse forçar mais um pouco o remate em vez de passar a Coentrão, completamente desfasado em relação à baliza. A chama estava morna. E o intervalo chegou logo a seguir.
À abrir o segundo tempo, Ronaldo isolou-se frente ao guardião turco mas este, atento, tapou o ângulo e desviou a bola para canto.
E aos 51’, os turcos chegam ao 2-0 com toda a facilidade. Veloso tenta passar a bola a Bruno Alves, de forma mais ou menos lenta, que Bulut aproveita para captar a bola e, com um remate fortíssimo, bater Patrício sem remissão.
Mas foi sol de pouca dura. Aproveitando um contra-ataque, Portugal reduz aos 57’, por Nani. Jogada pela esquerda, com Ronaldo a mandar a bola para o lado contrário onde surgiu Nani a rematar com força e pontaria para dentro da baliza. Apesar disso, Paulo Bento mostrava grande nervosismo. E pior ficou quase de seguida.
Isto porque, beneficiando de uma grande penalidade cometida por Emre sobre Miguel Lopes, aos 63’, Ronaldo rematou para a defesa, ainda que difícil, do guardião turco. Com pouca convicção, Ronaldo denuncio o lado e a força não foi assim tão grande como se desejaria. Um balde de água fria. Ronaldo não resolvia.
O futebol musculado dos turcos mostrava-se a olhos vistos. Só os jogadores portugueses não repararam nisso. Insistiam nas fintas e não no jogo jogado, com a bola a rolar na sua frente.
Aos 80’, Ricardo Costa, que entrara, isola-se mas é coberto pelo guardião turco, que desvia para canto, sem consequências.
E aos 88’ mais uma bronca: a Turquia chega ao 3-1. Num rápido contra-ataque pelo seu lado direito, a bola é rematada para a pequena área à guarda de Eduardo (entrado), Pepe desvia a bola mas para a baliza, onde surge a salvar Ricardo Costa que, de forma infeliz, a atira contra o próprio Pepe e esta entra na baliza. Jogava-se o minuto 88’. O jogo estava no fim.
E o resultado também. Foi o desalento completo. Com este ensaio geral – depois de um empate agora a derrota – como será o terceiro acto, quando da estreia com a Alemanha no primeiro jogo do europeu? É melhor começarem já a “chamar” a sorte. É que esta dá muito trabalho.
Na equipa nacional, relevo para a excelente estreia de Miguel Lopes, salientando-se ainda Bruno Alves, Pepe, Hugo Almeida, Raul Meireles e João Moutinho.
Nos turcos, relevo para o guardião Demirel e para Bulut, os responsáveis pelo triunfo, se bem que se destaque também Emre, Topal, Irtegun, Kaldirim e Sararer.
O árbitro, o suíço Stephan Studer esteve muito bem, não deu azo a reclamações e soube controlar os jogadores mais afoitos. Os assistentes também estiveram bem.
As equipas alinharam:
Portugal – Rui Patrício (Eduardo, 71’); Miguel Lopes (Quaresma, 85’), Pepe, Bruno Alves (Ricardo Costa, 68’) e Fábio Coentrão; João Moutinho, Raul Meireles (Hélder Postiga, 85’) e Veloso (Custódio, 68’); Nani, Hugo Almeida (Nelson Oliveira, 72’) e Cristiano Ronaldo.
Turquia – Demirel; Altintop, Topal (Baytar, 90+1’), Intergun e Toprak; Turan (Erkin, 81’) Emre (Shain, 72’), Sararer (Inan,72’) e Kaldirim; Yilmaz (Torun, 60’) e Bulut (Pektemek, 89’).
Cartões amarelos para Yilmaz (17’), Hugo Almeida (48’), Emre (63’), João Moutinho (65’) e Turan (78’)
Artur Madeira