Em cerimónia molhada – boda abençoada, como se diz por cá, quando de um casamento ou outro evento marcante – a chama que irá ficar no novo estádio olímpico chegou à capital londrina.
Ante a guarda presidencial e transportada pelos lendários atletas olímpicos Pyrros Dimas (herói nacional grego e três vezes campeão olímpico de halterofilismo) e Li Ning, ginasta chinês que, há quatro anos, andou na “corda bamba” para acender a pira dos jogos de Pequim’2008), a chama que vai acompanhar os Jogos Olímpicos de Londres’2012 foi entregue à Princesa Ana, presidente do Comité Olímpico britânico ainda em Atenas e sob chuva. Pelo meio, estudantes gregos trocaram o ramo de oliveira – outro símbolo dos Jogos Olímpicos – com os seus colegas britânicos, simbolizando o entendimento pacífico entre as nações.
A este propósito, a Princesa Ana salientou que “continua a ser o único símbolo intemporal que desencadeia sentimentos de orgulho, admiração e lealdade aos ideais e valores olímpicos”.
Depois, foi a chegada a Londres onde Sebastian Coe, o presidente do Comité Organizador dos Jogos (Olímpicos e Paralímpicos) o passou a David Beckham e, a partir de agora, a tocha que transporta a chama olímpica vai percorrer o território britânico até ao dia da inauguração dos Jogos (27 de Julho), tendo sido o primeiro portador – dos 8.000 definidos – o triplo campeão olímpico na vela, Ben Ainslie.
Este foi também o tema abordado no encontro que, esta sexta-feira, a Embaixadora britânica em Lisboa – num português muito perto da perfeição – levou Jill Gallard a afirmar que “este é um ano de coisas boas para o meu país, porque estamos a comemorar os 60 anos do reinado da Rainha Isabel II e, por outro, porque os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, pela primeira vez pensados e feitos em sintonia, deixarão um legado de terem sido os mais verdes de sempre.”
Justificou, logo de seguida, que “esta situação provém de termos transformado uma zona industrial degradada numa zona só verde, onde ficará instalado a quase totalidade das comitivas presentes em Londres em Julho e Agosto deste ano”.
Referiu ainda que “Londres é a única cidade mundial que já organizou os Jogos Olímpicos por três vezes (1908, 1948 e 2012), o que nos deixa muito orgulho.”
Concluiu dizendo que “outra grande vantagem da organização destes jogos é que o now how aplicado em muitas situações vão ser catapultado para os jogos de 2016, o que é importante do ponto de vista global, tanto mais que isso permitiu já parcerias entre empresas portuguesas, inglesas e brasileiras para negócios à volta do mundial de futebol de 2014 e dos jogos de 2016.”
Desejando as maiores felicidades para todos os participantes, Jill Gallard salientou ainda que “o nosso projecto foi concretizado no tempo previsto e dentro do que se encontrava orçamentado.” Até parece cá…de derrapagem em derrapagem.
Para Alexandre Mestre, secretário de Estado do Desporto e Juventude, “quero agradecer a amabilidade da embaixadora britânica ao realizar este encontro, que é um sinal de cortesia e cooperação, agora que estamos na contagem decrescente para o início dos jogos, precisamente com a chegada da chama olímpica a Londres.”
Acrescentou o “o governo está entusiasmado com o processo desenvolvido pelo Comité Olímpico e confirmo que tudo está a ser tratado dentro dois parâmetros que foram definidos e que são do conhecimento da própria Comissão de Atletas Olímpicos, tanto mais que na segunda-feira vai ser assinado o contrato-programa para a Missão Olímpica”.
Até ao momento estão previstos 68 atletas com as portas do avião para Londres mais ou menos abertas, sendo que, a perspectiva final é de apresentar 75 atletas no total.