Liga ZON/SAGRES – Benfica, 4 – Marítimo, 1
Com um Nolito em ritmo de “twist”, não há dúvida que o panorama do jogo mudou substancialmente a partir do vigésimo minuto. Com 2-0 no “papo”, cabia ao Benfica gerir. Não o fez da melhor forma – em especial até ao 2-1 – mas ganhou com justiça.
Com um Nolito endiabrado, pleno de oportunidade e rapidez de acção, que proporcionaram a obtenção dos dois golos iniciais e, ainda, o passe milimétrico que o mesmo Nolito fez para o quarto golo – o de melhor efeito visual do jogo – obtido por Bruno César.
O resultado poderá ter sido demasiado pesado para os madeirenses, que sempre deram cara e o corpo à luta, mas não é menos verdade que foram os próprios culpados pela falta de atenção que originaram os dois primeiros golos do Benfica, ainda que de excelente recorte técnico.
Logo aos três minutos, o Benfica podia ter marcado. No seguimento de um livre marcado por Saviola, a bola chega a Luisão, obrigando Peçanha à primeira grande defesa da tarde, ao desviar a bola para o poste, perdendo-se a recarga.
Três minutos depois, outro livre, marcado por Aimar a bola vai directa à cabeça de Luisão – que pareceu em posição de fora de jogo – que obrigou Peçanha a nova defesa, desta vez por cima da barra e para canto.
O Marítimo parecia algo “abatido” porque foi pressionado pelo Benfica até cerca dos 15’, sem que pudesse sair do seu meio campo. E foi precisamente no final do primeiro quarto de hora que o Benfica chegou ao golo, corolário da pressão feita até aí.
Pegando na bola na sua linha média, Maxi Pereira subiu pela esquerda, endossou-a a Aimar e este centrou para a área onde Nolito, muito rápido, surgiu a fazer o golo com um remate mais em jeito mas muito colocado.
E quatro minutos depois estava feito o 2-0, pelo mesmo Nolito. Saviola sacou a bola, subiu alguns metros e levantou-a para a área onde, da mesma forma que o primeiro, Nolito chega primeiro que Peçanha, faz-lhe um chapéu e a bola entra.
Nesta altura, o Benfica já comandava em número de cantos, de golos, de posse de bola (57/43%).
No segundo tempo, com as duas substituições feitas ao intervalo, o Marítimo subiu mais no campo e em cinco minutos ia “partindo” a cabeça à defesa do Benfica. Primeiro foi Fidelis que obrigou Artur a uma defesa em queda e, dois minutos depois, o mesmo Artur salvou o golo ao desviar o remate de Danilo Dias, a passe de Benachour.
Logo a seguir, o 2-1. Sami isola-se pelo lado direito, aguenta uma carga de Capdeville e remate, fraco mas certeiro, numa altura em que Artur estava atentar fechar o ângulo, sendo surpreendido. Um golo que causou alguns arrepios. Pelo menos ao ver-se o Benfica apático nestes primeiros dez minutos da segunda parte.
O “apagão” durou mais dez minutos, altura em que, Nolito, uma vez mais, esteve na base do terceiro golo do Benfica. Subiu com a bola pela esquerda e Peçanha “ameaçou” fechar o ângulo a Rodrigo, já colocado na área e à espera do passe. Como não saiu a sério, Rodrigo aproveito para receber a bola e enviá-la para o fundo da baliza. Joga-se o minuto 64’ e o marcador passou para 3-1.
O Marítimo quebrou nitidamente com este golo e aos 68’ fecha-se a conta, com novo golo do Benfica e para Bruno César, no que foi o melhor da tarde. Do lado esquerdo, quase encostado à linha lateral, Nolito levantou a bola para o lado contrário onde, rápido, surgiu Bruno César, deixado só pelos defesas desse lado, para se apresentar frente a um Peçanha que nada podia fazer para evitar o 4-1.
Um golo que não deu para chegar aos 100 nesta época, ficando-se o Benfica pelos 99. O que os 40.099 espectadores presentes, por certo, gostariam de ter visto.
Nolito foi o herói do jogo, pelos golos que marcou e deu a marcar, o que fez a diferença, com relevo ainda para Luisão, Bruno César, Aimar, Maxi Pereira, Saviola e Capdevilla. NO Marítimo, referência para Peçanha, que ainda salvou alguns golos, Roberto Sousa, Roberge, Briguel, Danilo Dias e Ruben Ferreira, para além de Sami, que foi o melhor.
Sob a direcção de Bruno Paixão – que não teve problemas de maior para conduzir o jogo em bom plano – coadjuvado pelos assistentes António Godinho e Nuno, as equipas alinharam:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Capdevilla; Bruno César, Matic e Nolito; Saviola (Rodrigo, 63’), Aimar (Javi Garcia, 63’) e Cardozo (Nelson Oliveira, 64’).
Marítimo – Peçanha; Briguel, Robson, Roberge e Ruben Ferreira; Rafael Miranda (João Luiz, 72’)iJoãoJoão, Roberto Sousa e Olberdan (Benachour, 46’); Heldon (Fidelis, 46’), Danilo Dias e Sami.
Amarelos para: Roberto Sousa (24’), Sami (33’) e Capdevilla (89’).