Bem se pode dizer que este jogo foi um hino ao futebol. Raramente se tem visto, em Portugal, um jogo desta qualidade, se bem que a segunda parte fosse a cereja sobre o bolo. Um jogo que até podia ter acabado empate, que seria o resultado mais justo.
Na verdade, o Sporting de Braga foi sempre mais perigoso, mais incisivo ante um Benfica que, no primeiro tempo, demorou muito a tentar perceber o que devia fazer, para além das muitas asneiras que os seus jogadores cometeram, em especial com Gaitan e Rodrigo “colados” à bola, sem desenvolver e sem passar a bola. Tentaram fazer tudo e … não fizeram nada.
Apesar de ter conquistado quatro cantos nos primeiros seis minutos, nada se passou a não ser quando, num outro pontapé de canto, Quim desvia a bola da sua pequena área com a mão, indo a bola ter a Rodrigo que rematou de pronto para o guardião bracarense defender bem.
Na esquerda, por onde surgiu muitas vezes, Gaitan não teve arte para passar ou centrar a bola em condições de perigo para a baliza de Quim.
O jogo continuava vivo porque o Sporting de Braga contra-atacava de imediato, criando alguns calafrios à defesa encarnada que, numa vez, permitiu que os bracarenses surgissem com quatro jogadores contra apenas dois (26’) mas que os visitantes não aproveitaram a vantagem.
Seguiram-se alguns livres a favor do Benfica, na zona da grande área do Braga, mas que nunca foram aproveitados pelos atacantes benfiquistas, com Bruno César e Javi Garcia a não acertarem com a baliza, até porque Gaitan e Rodrigo primavam por não passar a bola.
Nos últimos cinco minutos, o Benfica carregou mais um pouco e criou um lance de perigo com Bruno César a mandar a bola para fora.
Do lado do Braga, Mossoró, oportuno, rematou mas ao lado mas, logo a seguir, após uma jogada de envolvimento e dentro da pequena área, rematou para Artur defender bem.
No segundo tempo, o perigo começou a repartir-se mais vezes pelas duas áreas, tendo começado o Benfica por perder uma oportunidade quando Witsel, após falhanço de Douglão e frente a Quim, atirou à figura, que aproveitou para lançar para a frente indo a bola chegar a Mossoró que, isolado a caminho da baliza de Artur, permitiu a entrada de Miguel Vítor a safar para fora.
Logo a seguir, num “baile” Gaitan-Cardozo, a bola chega a Bruno César que atira para fora. O Benfica passa por um momento de maior pressão mas não consegue chegar à baliza de Quim em condições de marcar.
Após isto, o Braga recompõe-se e em dez minutos pressiona a baliza benfiquista sem, contudo, obter resultados práticos, sendo o lance de maior perigo o que Lima proporcionou, a centro de Mossoró, cabeceando para a baliza mas fazendo a bola passar aio lado.
E aos 74’ surgiu a maior oportunidade de golo. Na grande área, Elderson comete falta para grande penalidade, quando carrega, sem bola, Bruno César. Atento, João Ferreira não deixou passar.
Chamado a marcar, Witsel não perdoou. Bola para um lado e Quim para outro. Estava feito o 1-0, aos 77’. Mas foi sol de pouca dura.
Nuno Gomes entra em campo, Hugo Viana marca um livre, sob o lado direito do seu ataque, a bola vai a meia altura, passar por Artur e, no lado contrário, surgiu Elderson a empurrar a bola para a baliza deserta. Estava feito o empate aos 81’.
Os últimos dez minutos foram de “gritos”. O Braga continuava a comandar as operações mas era nítido algum cansaço. Embora sem muita convicção, o Benfica “cerrou” os dentes e fazia das fraquezas forças para ainda chegar ao triunfo.
Que acabou por surgir aos 90+3’. Isolando-se pelo lado direito do seu ataque, Gaitan foi quase até à linha final e centrou para trás onde surgiu um esforçado Bruno César a rematar mais em jeito do que em força, enviando a bola para dentro da baliza, junto ao poste m ais longe, sem hipóteses para Quim.
A vitória do Benfica estava consumada. Acaba por ser merecida.
No Benfica, Bruno César e Gaitan sobressaíram, a par de Maxi Pereira, Luisão, Javi Garcia e Artur. No Braga, Mossoró foi o herói, bem acompanhado por Quim, Hélder Barbosa, Custódio, Alan, Douglão e Hugo Viana
João Ferreira esteve muito bem, incluindo na marcação da grande penalidade, apenas falhando no amarelo mostrado a Douglão logo aos 12’, sem avisar, como aconteceu com uma situação verificada no lado do Benfica.
As equipas alinharam:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Miguel Vítor (Matic, 67’) e Capdevila; Witsel, Javi Garcia e Bruno César; Gaitan, Cardozo (Nelson Oliveira, 63’) e Rodrigo (Nolito, 78’).
Sporting Braga – Quim; Miguel Lopes, Douglão, Nuno Coelho e Elderson; Mossoró (Luís Alberto, 85’), Custódio e Hugo Viana; Alan (Paulo César, 78’), Lima e Hélder Barbosa (Nuno Gomes, 81’).
Cartões amarelos para Douglão (12’), Miguel Vítor (31’), Miguel Vitor (31’) e
Artur Madeira