Quinta-feira 24 de Novembro de 8203

Falta de paciência para vencer

Benfica-ChelseaCROD0862Liga dos Campeões – Benfica, 0 – Chelsea, 1

Recorrendo a Jesus – “temos de estar numa noite inspirada”, que referiu antes do jogo – a verdade é que não houve inspiração insuficiente. E também não houve “paciência para vencer”. Embora o jogo jogado se equivalesse, marcou quem foi mais oportuno.

Se é verdade que este jogo era para muita “paciência”, a primeira parte comprovou-o. Mas para o Chelsea, já que o Benfica não teve a arte suficiente para suplantar o “bloqueio” plantado pelos ingleses, naturalmente usando a táctica que mais lhe interessava: deixar passar o tempo.

Também se viu que o Chelsea teve a bola durante mais tempo (52%), o que ajudou à “impaciência” de um Jesus que, como sempre, mostrava o seu próprio “nervosismo”.

O ritmo foi relativamente lento. Só a espaços é que houve vivacidade, ainda assim sem causar grande impacte nos cerca de 60.000 que quase enchiam o Estádio da Luz.

Foi, até, o Chelsea que, no seguimento do primeiro canto do desafio (15’), causou “frisson” quando Artur, saindo da baliza, apenas deu uma sapatada na bola, para a frente, tendo tido a sorte de não haver ali um britânico para chutar.

Três minutos depois (18’), o Benfica chegou à área azul celeste, com Bruno César (o melhor elemento do Benfica na primeira parte) a passar a bola a Cardozo que, isolado, mas de costas voltadas para a baliza e com Terry à ilharga, rematou ao lado.

Aos 28’, Cardozo recebe a bola de Gaitan e, em desequilíbrio, remata de cabeça mas para fora. Jogadas que, ainda assim, não causaram um “broaaaaaa” por aí além.

No seguimento de um canto (30’), Bruno César e Gaitan trocam a bola, com Bruno a centrar para Jardel tentar rematar, no que foi impedido pela defesa do Chelsea.

Aos 38’ de novo o perigo junto da baliza de Artur, com Torres a rematar a rasar a barra para, dois minutos depois, ser Rui Meireles a disparar forte e o guardião benfiquista defender para canto, do qual nada resultou.

A produção de remates à baliza, de um e de outro lado, era fraca mas, ainda antes do intervalo, Torres, pelo Chelsea e Bruno César, pelo Benfica, a criarem lances de perigo, mas sem resultado.

No segundo tempo, o Bem fica pareceu entrar disposto a modificar os 48/52% (posse de bola) a favor do Chelsea e Aimar e Bruno César (sempre ele) criaram situações de algum perigo mas que não passaram disso mesmo.

O Chelsea, matreiro, continuava numa toada semi-rápida e, principalmente, sem pressa. Parecia o “five clock tea”. Ainda assim, aos 52’, Kalou esteve perto de marcar mas rematou por cima da barra. Aos 60’ foi Juan Mata que apareceu só na área do Benfica mas que rematou ao poste, num momento em que os ingleses pareciam carregar para tentar marcar.

No entanto, foi o Benfica que avançou para um período de maior pressão, com Witsel a rematar em força para Terry desviar para canto e, dois minutos depois, com Jardel a rematar de cabeça e a obrigar Cech a uma grande defesa.

Com as substituições, parecia que o jogo iria mudar, com vantagem o para o Benfica. Mas foi o Chelsea que marcou. Fugindo pela direita do seu ataque, Fernando Torres chegou até à linha final e mandou a bola para o centro da pequena área onde, Kalou, mais lesto do que Artur, atirou para o fundo da baliza. Estava feito o 0-1 e faltam 15 minutos para o final do jogo.

Esperava-se que o Benfica reagisse melhor do que aquilo que fez, até porque o Chelsea podia ter marcado aos 85’, quando Sturridge centra largo para o outro lado do campo onde surgiu Juan Manta a tentar fazer um chapéu sobre Artur, que saiu a fechar o ângulo, passando a bola por cm a da barra.

A fechar o jogo (90+4’), o Benfica criou a última oportunidade de marcar mas não conseguiu o intento porque Bosingwa se atravessou no caminho da bola e salvou para canto, que também nada deu.

Imperou não uma “certa qualidade que o Benfica tem – que é verdade, mas uma falta de serenidade, de mais desenvoltura nas jogadas e da maior dose de fintas a mais, que quebraram, muitas vezes, o ritmo.

Espera-se que o retorno do segundo jogo seja melhor. Até porque um golo não é nada. Ou pode ser muito.

No Benfica, o melhor foi Bruno César (por isso saiu cansado), a par de Maxi Pereira, Gaitan, Jardel, Luisão e Artur. No Chelsea, os melhores foram Cech, Cole, Torres, Juan Mata, Raul Meireles, Kalou e Terry.

O italiano Paolo Tagliavento não teve problemas, não influiu em nada no resultado, nem os seus assistentes Andrea Stefani e Luca Maggiani.

As equipas alinharam:

Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Emerson; Aimar (Matic, 68’), Javi Garcia (Nolito, 81’) e Bruno César (Rodrigo, 68’); Witsel, Gaitan e Cardozo.

Chelsea – Cech; Paulo Ferreira (Bosingwa, 79’), David Luiz, Terry e Cole; Ramires, Raul Meireles (Lampard, 67’), Juan Mata e Mikel; Torres e Kalou (Sturridge, 82’).

Cartões amarelos para Raul Meireles (17’) e Bruno César (25’).

Artur Madeira

 

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