Congresso do PSD
Por certo que o congresso do PSD, que este domingo terminou em Lisboa, irá dar que falar ainda pelos dias mais próximos, não tanto em termos externos (porque nada de importante se sentiu) mas sim interno, isto é, dentro de casa dos social-democratas.
Face à expectativa que se criou no “antes” – o secretário-geral iria mudar, dois ou três elementos da Comissão Política iam ser substituídos (cujos nomes vieram à baila) – ficou a saber-se, no “depois” que, afinal, nada mudou, pelo menos em termos substanciais, a não ser a nova coordenação política do partido, entregue ao jovem Jorge Moreira da Silva, é caso para dizer que a montanha pariu … um rato.
Neste ponto fica a votação (sobre as eleições directas) que foi mas que depois já não era e, por isso, foi repetida, por intervenção de Passos Coelho, o que deixa algo a desejar, sendo mais pacífica a decisão de eliminar, pura e simplesmente, a ideia peregrina de criar a classe dos “simpatizantes” do partido (a espécie actual dos independentes), o que foi entendido pela maioria dos congressistas como um “ataque” aos militantes, definidos estatutariamente.
Nem o facto de Passos Coelho ter perdido a maioria absoluta no Conselho Nacional é notícia, atendendo a que dos eleitos pelas listas a sufrágio estão, entre outros, os “jotinhas” que, como ficou patente, estão com o chefe. Aliás como também elementos eleitos por outras listas, que apenas concorreram para tentar lá ficar ou então entrar, para manterem “stato quo”. Por isso, a maioria está sempre adquirida.
A votação para a Comissão Política (88%) revela a mostragem de alguns “cartões amarelos” à gestão em curso, o que deve merecer alguma análise, se bem que poderão ser uns 12% que não chegam para nada e, por isso, nem fazer fé sequer.
Para o Conselho de Jurisdição Nacional também houve uma ou outra alteração, onde os “maçons” surgiram no horizonte a marcar presença. Mas tudo pacífico.
A principal tónica, como se esperava, foi a continuada crítica ao PS, pelo estado em que deixou o país. Falar da crise, do desemprego, da falta de dinheiro, ninguém ousou abordar. Afinal, o que interessa ao massacrado povo português.
Quando é que se acaba com o pagamento das prestações impostas pela troika e se começa a investir? Quando se acaba com a venda de património e se começa a investir? De investimento – que é possível fazer nalguns sectores – nada se falou.
Por este andar, vão-se os anéis todos e depois não se sabe como é que este país irá viver.