“Quem anda com martelo na mão, tudo lhe parece um prego” – frase que Passos Coelho proferiu na sessão de abertura do congresso do PSD – fica a assinalar o primeiro dia do principal encontro dos sociais-democratas, que até este domingo decorre em Lisboa.
{jathumbnail off}A frase teve como destino o PS, pelo estado em que deixou país, e serviu para reforçar que o PSD está a operacionalizar “uma reforma tranquila”, num discurso em que, salientou, “o PSD é um partido de causas”, reforçada por outra máxima em que “a causa principal do nosso partido foi sempre Portugal e os portugueses”.
Nem mesmo a referência ao facto de que os militantes do PSD não tem quaisquer direitos em serem nomeados para os vários lugares nos serviços públicos – o que acontecia por normalidade (e por direito) – levou os congressistas a sentirem um “arrepio” pela espinha acima, como seria natural, pelo que o congresso começou lento, brando, sem polémicas, com todos em “paz”, nem que fosse podre.
A este propósito, pelos corredores, ouviam-se comentários, quase em surdina, por parte de alguns militantes que se diziam ter sido convidados num dia mas no noutro eram desconvidados por eram do PSD. “Parecia mal!” – dizia-se.
Outros, murmuravam “como se pode entender que Paulo Macedo, Ministro da Saúde (nitidamente assumido do PS, quiçá independente ou simpatizante do PSD, utilizando a nova terminologia que vai estar em discussão), nomeou um ex-secretário de estado (Francisco Ramos) para presidente do IPO de Lisboa, manteve Francisco George como Director Geral da Saúde ou nomeou para presidente da Administração Regional Saúde de Portalegre o ex-sub-director geral da saúde, todos conotados com o PS.
“Donde se conclui – segundo alguns dos contactados – que os elementos do PSD só podem ser incompetentes.” O que continua a cair mal entre os milhares de militantes, que se veem ultrapassados por gente de partidos da oposição e que estiveram ligados ao pior governo que nos dirigiu nos últimos seis anos.
Reforçando também o facto de que Portugal irá cumprir as metas apontadas (e as não apontadas mas criadas pelo próprio governo, que chefia), Passos Coelho fez o balanço da actividade desenvolvida, referindo a história do défice desde o primeiro trimestre de 2011, incluindo ainda uma referência ao “encontro de ideias” com Alberto João Jardim, situação que levou os presentes a um sorriso, tal a forma como foi abordado (sorriso largo, de Alberto João, depois de toda a polémicas com a s medidas tomadas pelo governo).
Salientou que é preciso começar a trabalhar para ganhar as autarquias em 2013, sem se referir ao caso das fusões e extinções de freguesias e Câmaras municipais mas promovendo uma bela homenagem a Berta Cabral, presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e candidata a líder do governo regional dos Açores, já este ano.
Temas que, de uma ou de outra forma, deverão ser abordados ao longo deste sábado, uma vez que o dia de amanhã (domingo) se destina quase exclusivamente à eleição dos elementos para os órgãos do PSD.