Foi preciso entrarem, na segunda parte, todos os “pesos pesados” para que o Benfica seguisse para a final da Taça da Liga. Mais por obrigação do que por estratégia, Jesus foi forçado a modificar o onze porque como estava não dava. E Cardozo foi o salvador.
Com dois golos nos primeiros sete minutos, podia fazer sentido que se preparava uma boa noite de futebol, através de um jogo rápido, com a bola a rolar e, porque não, com mais golos.
Embora tivesse aberto o activo aos 3’, com um excelente golo de Maxi Pereira, mercê de uma entrada mais viva, o Benfica como que pareceu ter adormecido e permitiu que o Porto, logo a seguir, desse início a uma pressão, se bem que relativa, mas que deu frutos quatro minutos depois.
Pela direita do ataque, ante a passividade do lado esquerdo da defesa do Benfica – estava ausente – Hulk (sempre ele) chamou dois defesas à linha, passou por eles nas calmas e passou para Lucho Gonzalez que, vindo embalado de trás, fez um potente remate que Eduardo viu passar para dentro da baliza.
A partir daí, o Benfica passou a estar “intermitente”, porquanto o Porto espevitou, forçou mais o ataque e o segundo golo surgiu com alguma naturalidade, ante a referida passividade benfiquista.
Passavam 16’ e João Moutinho marca, de forma superior, um livre que leva a bola para a grande onde, mais alto do que todos e só (onde estavam Luisão e Jardel, os grandes do Benfica?) surge Mangala que fez um magnífico salto e rematou de cabeça, para o chão, com a bola a entrar na baliza por entre as pernas de Eduardo, nitidamente “transtornado”.
O Benfica, pouco a pouco – ante uma certa moderação atacante do Porto – começou a assentar jogo e Jardel, no seguimento de um canto, cabeceia mas à figura do guardião Bracali.
Depois de um remate de Sapunaru à figura de Eduardo (29’), começou o “ping-pong” da bola no ferro da baliza de Bracali.
Aos 32’ foi Javi Garcia que cabeceou à barra; aos 33’, coube a Luisão rematar para o poste mais longe e aos 36’ foi Aimar a marcar o livre directo para o poste. Era ferro a mais para tanta “cacetada”.
Mas aproveitando a supremacia gerada por esta fase, o Benfica chegou ao empate. Passavam 42’, depois de um centro remate de Aimar, na marcação de um livre, a bola vai a Javi Garcia que a endossa a Nolito e este, frontal à baliza, foi só fazer o golo. Um empate a cair o intervalo foi “ouro”.
O Benfica beneficiou de dois cantos logo na abertura da segunda parte, que não surtiram efeito. Mas dois minutos depois, Hulk endossou a bola a Lucho que, frente a Eduardo, chutou para as nuvens.
Mais morna do que a primeira, e com o empate a mandar, Jesus começou a criar ambiente para modificar o resultado. Primeiro fazendo entrar Gaitan (55’) e depois Cardozo (65’) que vieram dar outra alma e, com isso, o golo do triunfo e da qualificação para a final.
Num contra-ataque, a defesa do porto foi apanhada em contra-pé (76’) que o Benfica aproveitou da melhor forma. A meio campo, aproveitando uma bola solta, Cardozo não vê ninguém à sua frente (os defesas não estavam lá), isola-se, podia dar os passos que quisesse mas preferiu, à entrada da área, rematar com força e direcção, para o fundo d a baliza, onde Bracali nada podia fazer. Feito o 3-2, a quinze minutos do final, era só segurar o jogo, sem cometer mais falhas, pese embora o “amarelanço” (para o Benfica) nos minutos finais.
Aos 87’ Luisão, no seguimento de um canto de Nolito, ainda teve oportunidade de chegar ao golo mas Bracali defendeu muito bem o seu remate de cabeça.
O Benfica está na final com mérito, apesar de, no jogo jogado, não ter havido grande diferença.
No Benfica, os melhores foram Javi Garcia, Bruno César, Nolito, Aimar, Maxi Pereira e Cardozo (pelo golo salvador), enquanto no Porto se salientaram Lucho Gonzalez, Álvaro Pereira, João Moutinho, Hulk e Mangala.
Artur Soares Dias (Porto) dirigiu o encontro sem problemas de Maio, pese um ou outro amarelo a mais e uma ou outra falta não justificada ou ao contrário, sendo coadjuvado pelos assistentes Rui Licínio e João Silva que, sem terem influência, continuam a seguir o exemplo de assinalar o fora-de-jogo muito tarde, o que cria alguma “confusão”.
As equipas alinharam:
Benfica – Eduardo; Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Capdevila; Witsel, Javi Garcia e Nolito; Bruno César (Gaitan, 55’), Nelson Oliveira (Cardozo, 65’) e Aimar (Saviola, 71’).
F. C. Porto – Bracali; Sapunaru, Rolando, Mangala e Alex Sandro (Iturbe, 84’); Lucho Gonzalez (James Rodriguez, 62’), Defour e João Moutinho; Hulk, Kleber (Janko, 71’) e Álvaro Pereira.
Cartões amarelos para Alex Sandro (23’), Mangala (40’), Javi Garcia (69’), Luisão (75’), Witsel (79’), Nolito (87’), Capdevila (88’) e Álvaro Pereira (90+1’)
Artur Madeira