LIGA ZON/SAGRES – 21ª jornada
O triunfo do F. C. Porto frente ao Benfica – para além dos aspectos latentes que ainda se escalpelizam no dia de hoje face ao lance que deu o terceiro golo dos portistas (em fora de jogo) a poucos minutos do final – fez reviver um passado mais ou menos longo.
Atentas as estatísticas múltiplas que existem em “arquivo”, diz-se que há bastante tempo que se torna efectivo que equipa que lidera o campeonato a nove jornadas do final se torna campeão. Se assim for, o F. C. Porto é, naturalmente do ponto de vista teórico – prognósticos só no final – o campeão de 2011/2012, estatisticamente “reforçado” pelo facto de ter três pontos de vantagem.
Verdade ou mentira, são dados para entrar no “caldo” das decisões que se vão “cozinhar” semana após semana e até 13 de Maio, data marcada para a última ronda. Até lá, como diz na gíria, “não nos doa a cabeça” mais do que aquilo que deve ser a vida normal de um cidadão deste país, a contas com um tipo de crise muito superior porque, como se sabe, afecta directamente o rendimento financeiro suficiente para, com a família, sobreviver.
Mas, concluída a 21ª ronda, outros dados são trazidos à ribalta.
Por exemplo, um destaque especial para a sempre renovada equipa do Sporting de Braga, cada vez mais no “top 3” – e candidato assumido a uma subida de lugar – que chegou à décima vitória consecutiva. De novo se comprova que as “pequenas” equipas podem ser “grandes” se utilizarem métodos sócio-culturais-desportivos na sua relação do dia a dia. As pequenas “comunidades”, desde que unidas, podem – e sabem – fazer muito em melhor. Pequenas naus, pequenas tormentas, mais fáceis de solucionar do que nas grandes naus, grandes tormentas.
Pela contrária, o Benfica alcançou a quarta derrota consecutiva (incluindo com o Zenit) – a que se juntam três empates também consecutivos, o que influi o rendimento psicológico, logo, espelhando-se no físico.
No top-5, o Marítimo continua a “chatear” o Sporting, mantendo-se pontualmente a par e, ainda, ambos muito perto do Guimarães que, face à recuperação que está a encetar, podem muito vir a ter grande influência na definição do quinteto que ficará apurado para as competições europeias.
Daí que, com uma diferença pontual de seis pontos, o Sporting continue a “tremer”, tanto mais que, internamente, a situação não é famosa muito por culpa das frases que se mandam cá para para fora. “Os jogadores estavam desgastados na primeira parte” – referiu Sá Pinto, o técnico, em relação ao jogo com o Setúbal (que venceu). Não se sabe muito bem se se refere a uma falta de preparação e condição física ou de ordem mental, que influi a física.
Ao vencer, de forma mais ou menos inesperada, o União de Leiria (cada vez mais lanterna vermelha), o Olhanense foi, a par do Porto, o único a subir (do 8º para o 7º lugar), com todos os restantes parceiros a manterem-se nas mesmas posições. Pelo menos até ao próximo fim-de-semana.
Interessante continua a luta entre Cardozo e Lima na liderança (empatada a 16 golos) dos melhores marcadores, surgindo o melhor marcador do Sporting (Wolfswinkel) na 14ª posição (7 golos), o que resulta, entre outras coisas, na classificação leonina.
Entre esta sexta-feira e domingo, a ronda 21 vai abrir com o Maritimo-Feirense (2-2 na primeira volta), seguindo-se o Braga-Leiria (0-1) e o Porto-Académica (3-0) no sábado, não se esperando surpresas.
No domingo, o dia grande, com o Olhanense-Nacional (0-1), Rio Ave-Setúbal (1-2), Beira-Mar-Gil Vicente (0-0), Paços Ferreira-Benfica (1-4) e o Sporting-Guimarães (1-0).
Com a crise em que estão “mergulhados”, duma ou de outra forma, resta aguardar o que benfiquistas e sportinguistas vão conseguir. Nesta altura do campeonato, tudo pode acontecer.