TRIATLO – DOPING
Sérgio Silva, que se sagrou campeão do mundial de duatlo o ano passado (Gijón, Espanha), foi suspenso pela União Internacional de Triatlo (ITU) por um período de seis meses, depois do controlo positivo – para estimulantes – tido no decorrer da prova em que se sagrou o melhor mundo.
O castigo tem efeitos à data da competição (24 de Setembro de 2011) e durará por seis meses, sendo dado com cumprido em Maio deste ano.
O controlo feito à urina de Sérgio Silva revelou a existência da substância demethypentilamina (DMPA) – ou methylhexaneamina (MHEA) – um estimulante proibido pela Agência Mundial Antidoping (AMA).
Justificando que as evidências apresentadas por Sérgio Silva foram justificativas de que o atleta tomou a substância inadvertidamente, sem intenção de melhorar o desempenho, o que levou a ITU a decidir pela suspensão mínima (o máximo seria de um ano, face à classificação deste tipo de substâncias), de acordo com os parâmetros definidos pela própria AMA/WADA.
O atleta, antes de ser conhecida a pena, teve oportunidade de responder em processo de inquérito, onde justificou que a substância se encontrava no suplemento alimentar `Top Fuel Launch´, fabricado pela empresa americana SAN e comercializada em Portugal, sendo um produto legal e de venda livre.
Mais: adiantou ainda que este produto lhe foi sugerido pelo seu nutricionista, o mesmo que esteve envolvido no processo que também levou à suspensão da atleta Sara Moreira, pela ingestão da mesma substância e pelo mesmo período.
Recorde-se, aliás, que o referido nutricionista referiu, quando da conferência sobre o assunto realizada pela Federação Portuguesa de Atletismo, que “como os atletas do triatlo já tinham tomado e não houve casos positivos, entendi também sugerir à Sara que tomasse o mesmo produto”.
O resultado está à vista.
Ressalta ainda que não se percebe como os atletas continuam a recorrer a “técnicos especialistas de nutrição” sem disso dar conhecimento às respectivas federações – ou dando mas omitindo o nome dos produtos que tomam – saindo estes “técnicos” ilesos de qualquer sanção, mesmo comprovando-se que foram eles que aconselharem ou mandaram tomar os produtos que, dizem, estão “alterados”. Mas a verdade é, que neste caso, o produto proibido está no rótulo, como se provou depois que foram conhecidos os pormenores do caso Sara Moreira.
A lei da dopagem continua a não ser cumprida. Mas apenas para alguns!