Contra factos não há argumentos. O jogo tem noventa minutos e qualquer falha pode originar a queda. Apesar das falhas cometidas ao longo do jogo o Benfica acabou por marcar os golos necessários para ganhar depois de … Aimar entrar.
O empate com que se chegou ao intervalo é inteiramente merecido. Por um lado, porque o Benfica não teve a clarividência que devia ter tido, porque jogou mais devagar e, por outro, porque o Gil, forçando a nota e não se remetendo ao meio campo apenas defender, com a “guelra” mais fresca, soube criar perigo e marcar quando uma defesa para a frente, de Artur, deixou a bola à mercê de um Galo para dar um oportuno e colocado pontapé numa bola que só parou no fim da rede.
Se é verdade que o Benfica entrou mais rápido, nem por isso produziu perigo eminente para a baliza de Adriano, onde um meio campo bem coberto não permitiu “aberturas”. E foi mesmo o Gil que (13’) gerou perigo quando, depois de uma confusão na pequena área e com Artur no chão, a bola acabou por sair ao lado.
O Benfica só se abeirou, com algum perigo, da baliza do Gil quando Rodrigo centra para a marca de grande penalidade onde, rápido, surgiu Cardozo mas a cabecear muito por cima da barra.
Mas outra jogada deste tipo deu no 1-0. Nolito, chamado a marcar um livre na esquerda do ataque do Benfica, centrou, com peso, conta e medida, para o mesmo Cardozo que desta vez não falhou (26’). O que falhou foram os centrais do Gil que o deixaram só. Imperdoável.
O jogo “amornou” um pouco por parte do Benfica. Enquanto o Gil continuou a tentar não perder o controlo da bola. E tão bem o fez que, sempre à espreita, acabou por chegar a um empate que se podia dizer como justo. Após um canto (39’), Artur defende para a frente da área onde surgiu Rodrigo Galo a rematar com força e direcção, fora do alcance do guardião benfiquista, anichando a Bona na rede.
A três minutos do intervalo, Caiçara isola-se na área do Benfica, tem o golo nos pés mas atira à figura de Artur.
Na reentrada, o Benfica continua a não ter “pés” para parar a bola e o Gil aproveita uma desatenção da defesa para criar perigo, com a bola a ser enviada para canto. Na marcação, Artur teve que empregar-se a fundo para defender.
Aos 60’ Artur segurou a bola que um defesa tinha mandado para a sua área. No que foi punido – e bem – pelo árbitro. Do livre nada resultou porque os dois jogadores do Gil, encarregues da marcação, estragaram tudo.
Aos 56’ Jesus faz a jogada da noite: entra Aimar e sai Gaitan. E logo aos 67’ Cardozo marcou um livre para as mãos de Adriano, mercê da nova dinâmica no meio campo, que levou, aos 72’, ao segundo golo do Benfica. Rodrigo recebe a bola, já no meio campo do Benfica, dá dois passos e remate forte fazendo a bola tabelar num defesa e trair o guardião do Gil.
Isto fez com o que Gil se “desequilibrasse” momentaneamente, o que o Benfica aproveitou para chegar ao 3-1 dois minutos depois. Aimar saca a bola a um adversário, endossa-a a Nolito, que a devolveu mais à frente, com Aimar a chutar forte para golo. Tudo fácil. A crise estava a passar.
A seguir a Aimar, o Benfica fez entrar Bruno César, o que ajudou muito na reviravolta. O que não se percebeu foi o facto de Paulo Alves só ter feito a primeira substituição aos 75’, depois de estar a perder por 3-1. Estava distraído com o jogo do Benfica? Só podia.
Mas como os 43.214 espectadores saíram satisfeitos, tudo bem. O Benfica ganhou e continua no comando da competição
Relevo para Javi Garcia, Nolito, Rodrigo, Aimar e Cardozo (Benfica) e Adriano, Rodrigo Galo, Daniel, André Cunha, Hugo Vieira e Richard.
Sob a direcção do madeirense Marco Ferreira, coadjuvado por Sérgio Serrão e Nelson Moniz, cuja actuação foi positiva, as equipas alinharam: (Bruno César, 69’) e Witsel; Rodrigo (Luís Martins, 78’), Cardozo e Nolito.
Artur Madeira