Forem precisos apenas sete minutos para que o Benfica chegasse ao triunfo, merecido é verdade, depois do “refrescamento” de jogadores a meio da segunda parte, se bem que com um amargo de boca para os açorianos, que tiveram uma atitude e um fair play de se lhe tirar o chapéu.
Numa primeira parte sem velocidade, garra e clarividência, por certo o Benfica pouco aspirava a marcar, tão poucas as vezes a bola rondou a baliza de Stefanovic, que esteve em bom plano. E nas vezes que isso aconteceu o perigo quase foi mínimo.
A bola (13’) ainda beijou a rede da baliza do guardião forasteiro mas Saviola estava em fora de jogo e não valeu, apesar do grito do locutor de serviço.
Matic (19’) elevou-se bem no seguimento de um cruzamento, rematou de cabeça mas à figura do guarda-redes adversário, num período que o Santa Clara continuava a ser mais rápido sobre a bola, não deixando muito espaço aos jogadores do Benfica para se movimentarem, jogando por antecipação e a tapar bem o caminho ao Benfica, sem “mestres” nem “aprendizes”.
Apesar disso e nas poucas folgas que a defesa do Santa Clara dava, Saviola (42’) e Matic (43’) ainda criaram algum “frisson” quando obrigaram Stefanovic a duas defesas para canto, com um remate e uma cabeçada bem colocados.
Nos poucos remates que conseguiram fazer à baliza do Benfica, o mais perigoso saiu dos pés de Moreira que obrigou Eduardo a uma boa estirada para canto e, logo na sua marcação, a segurar a bola muito perto da linha de baliza, entre os postes. Sylvestre também tentou mas Eduardo defendeu.
Um zero-zero que correspondia ao jogo jogado por parte de ambas as equipas: o Santa Clara estava a jogar para defender e surpreender, se conseguisse; ao Benfica competia-lhe forçar o andamento e “despachar” o adversário para poder folgar. Não o fez, não o conseguiu. Onde estava o “norte”? No desnorte!… Naturalmente também para os 14.453 espectadores presentes.
Na reentrada, Jesus substituiu Matic por Witsel e desde logo se viu que algo iria mudar. O primeiro minuto do segundo tempo, Witsel lançou muito bem Saviola que avanço no campo mas rematou ao lado.
A disposição do Santa Clara era a mesma: jogar o máximo na frente, para tentar marcar e afastar a bola do meio campo e defesa, para não ter problemas, mantendo o controlo da bola e com os jogadores a correrem todo o campo.
Num novo “golpe” táctico, porque os golos não apareciam, Jesus mandar sair os melhores homens até aí: Saviola e Gaitan. Entraram (64’) Rodrigo e Nolito. Em sete minutos resolveram o assunto.
Nolito (68’) captou a bola, fugiu pela esquerda até à linha final, passa para trás e para o centro da área onde, sozinho, Nelson Oliveira como que empurrou a bola para dentro da baliza. Estava feito o 1-0.
O Santa Clara continuou a não desistir e mantinha-se na frente sempre que podia, embora denotando mais cansaço, o que originou o 2-0 poucos minutos depois (75’).
Pela esquerda, Nolito, de novo, é lançado em velocidade, supera os adversários que surgiram e passa a Witsel que remata certeiro, enviusado, para a baliza de Stefanovic, que não podia fazer mais.
Com mais 15 (+3’) para jogar, nada de novo, a não ser a “burrice” de Moreira (o segundo melhor jogador do Santa Clara) a, sem a bota calçada, tocar na bola e a ser expulso com segundo amarelo.
Um resultado que te, de aceitar-se, porque o Benfica “marcou” na horta certa, ante um fair play de uma atitude desportiva do Santa Clara que deve ser louvada.
No Benfica, realce para Javi Garcia, Gaitan, Saviola, Witsel e Nelson Oliveira (quer ser estrela mas não mostrou arcaboiço para isso), enquanto Stefanovic foi o herói do Santa Clara, bem secundado por Moreira e ainda por André Simões, Pacheco e Lourenço, num grupo bem organizado.
Sob a direcção de Rui Silva (Vila Real) – alguns erros mão tiveram consequências na positividade global – coadjuvado pelos assistentes Álvaro Mesquita e Bruno Trindade, as equipas alinharam:
Benfica – Eduardo; André Almeida, Miguel Vítor, Jardel e Capdevilla; Bruno César, Javi Garcia e Matic (Witsel, 46’); Gaitan (Nolito, 64’), Saviola (Rodrigo, 64’) e Nélson Oliveira.
Santa Clara – Stefanovic; Paulo Grilo, Sandro, Ilic e Lourenço; Platini (Pipo, 75’), André Simões e Pacheco; Minhoca (Djurdjevic, 78’), Sylvestre (Alex, 59’) e Moreira.
Cartões amarelos: Platini (67’) e Moreira (51’ e 86’) que saiu com vermelho.
Artur Madeira