Atletismo – Europeu de Crosse
José Rocha, depois de uma excelente prova, onde andou sempre na frente, conquistou o resultado de maior valia da sua carreira ao ganhar a medalha de bronze neste europeu de corta mato, realizado em Velenje (Eslovénia).
No que foi “ouro sobre azul”, Portugal despediu-se da melhor maneira deste europeu, para onde partiu com esperanças reduzidas de conquistar lugares no pódio (apenas na principal corrida feminina) mas de onde saiu com quatro medalhas (duas de prata: Dulce Félix e a equipa; e duas de bronze, José Rocha e a equipa feminina de sub-23).
Nesta última prova, José Rocha soube integrar-se no grupo da frente – excepção a Bekele, que fugiu cedo e nunca mais foi apanhado até se tornar campeão europeu – e chegou a estar com a medalha de prata ao peito até poucos metros do final, onde o espanhol Lamdassem (29.20) o ultrapassou. Rocha cumpriu o percurso no tempo de 29.21, apenas a seis segundos do vencedor, o belga Atelaw Yeshetele Bekele.
Para além desta surpresa (ou talvez não) individual, a equipa portuguesa também esteve muito bem ao obter o quarto lugar (76 pontos) apenas a nove pontos da Espanha, que conquistou o bronze.
Para este comportamento colectivo contaram as boas prestações de Tiago Costa (16º, com 29.46), Rui Teixeira (19º, com 29.48) e Bruno Jesus (38º, com 30.25). Completaram a formação Ricardo Ribas (45º, com 30.39) e Pedro Ribeiro (47º, com 30.47).
Não deixa de ser sintomático e sistemático o recurso dos países europeus a atletas oriundos de países africanos, como agora se verificou com o vencedor e o segundo classificado, para além de outros.
Se do ponto de vista ético e social se admite a situação, a verdade é que o aspecto mais importante é o desportivo, a conquista de medalhas, o que não aconteceria se não houve este “estratagema” de naturalizações para ir buscar os melhores para ganhar, o que não conseguem com os nascidos nos respectivos países.