Tendo dominado o jogo de princípio a fim, justificando o triunfo por duas bolas sem resposta – resultado que até podia ser mais dilatado – isso não correspondeu a uma exibição de alto nível, porque falho de vivacidade, velocidade e jogadas e lances de criar “frissom”.
Não havendo nada de extraordinário, a não ser a exibição do regressado André Martins – que foi o melhor da equipa – o Sporting como que se limitou a gerir o meio campo até ao primeiro quarto de hora, altura em que fez o 1-0.
No minuto anterior (14’) o perigo tinha chegado a baliza de Leoni mas a bola perdeu-se. Aos 15’, com a bola a correr pela esquerda, Bozhinov tem uma excelente arrancada – como veio a fazer mais vezes mas sem resultados práticos – e, na altura própria, centra para o lado contrário onde, dentro da grande área, sob a esquerda do guardião Leoni, surge Wolfswinkel a, com o pé direito, a fazer a bola entrar, com bastante força, entre o guardião e o poste, fazendo o 1-0.
A toada de jogo manteve-se. O Sporting, embora dominasse mais, fazia-o de forma lenta, brigado também pela boa cobertura defensiva dos suíços, que também não conseguiam chegar à baliza do estreante Marcelo face ao domínio da linha de meio campo.
Aos 29’, André Martins fugiu pelo lado direito do ataque do Sporting e, sem oposição, centrou para o coração da área dos visitantes onde, rápido a saltar, cabeceou forte mas à figura de Leoni.
Aos 39’ coube a vez a Marcelo demonstrar que se deve contar com ele para a baliza sportinguista ao, no seguimento de um pontapé de canto, desviou – dentro da pequena área e em voo – uma bola para uma zona fora de perigo, acção que, provavelmente, Rui Patrício não fazia, porque raramente o faz. E por isso sofre golos.
Até ao intervalo, nada de especial, justificando-se o parco golo de vantagem por parte do Sporting.
Com Onyewu a chegar-se à frente, aos 52’, o Sporting podia ter marcado porquanto o cabeceamento do central sportinguista levou a bola a embater num defesa que estava sobre a linha de baliza, já com Leoni fora da jogada.
Foram preciosos mais cinco minutos (57’) para o Sporting chegar ao 2-0. Um centro largo de Capel, da esquerda para a direita, encontra Bozhinov na linha da frente que, ganhando no ombro a ombro com Koch, saltou mais rápido e cabeceou para o fundo da baliza. Para gáudio dos 25.309 espectadores, entre os quais algumas centenas suíços.
A entrada de André Santos (67’) deu mais vida à linha de ataque dos leões, que só aos 77’ tiveram oportunidade de voltar a marcar. Numa excelente jogada, Pereirinha (que tinha entrado vinte minutos antes) tirou dois jogadores do caminho da bola mas, depois, centrou mal.
E a última surgiu aos 87’, numa triangulação entre Rubio – João Pereira – Rubio, que não surtiu efeito, dentro da grande área, por “azelhice” (passe falhado).
Com este triunfo, o Sporting – que já estava apurado para a segunda fase – cimentou a sua liderança no grupo.
Como se disse, André Martins foi o melhor no Sporting, destacando-se ainda Bozhinov, Wolfswinkel, João Pereira, Insúa, Onyewu, Capel e Marcelo. No Zurique, relevo para Leoni, Jorge Teixeira, Nikci, Djuric, Philippe Koch, Chikhaoui e Magnin.
Peter Rasmussen, o árbitro dinamarquês, quase não se deu por ele. Nada polémico e sem polémicas no jogo, soube gerir quase despercebidamente, tendo tido um trabalho positivo. Henrik Sonderby e Lars Rix foram os auxiliares. As equipas alinharam:
Sporting – Marcelo; João Pereira, Onyewu, Polga e Insúa; André Martins, Schaars (André Santos, 67’), Carriço e Capel (Pereirinha, 59’); Bozhinov e Wolfswinkel (Rubio, 74’).
Zurique – Leoni; P. Koch, R. Koch, Jorge Teixeira e Magnin; Zouaghi e Aegerter (Mehmedi, 62’); Nokci, Buff, Chikhaoui (Chermiti, 62’) e Djuric (Schonbachler, 75’).
Cartões amarelos para Buff (57’) e Zouaghi (84’)
Artur Madeira