O Benfica, como lhe competia, tomou as rédeas do jogo, pelo menos em termos de maior intensidade de movimentos e circulação de bola – se bem que mais pela esquerda do que pela direita – tentando impor o seu jogo e o domínio que pretendia. Conseguiu, encontrou o norte e venceu. O que faltou ao Sporting. Numa moldura humana recorde de 63.146 espectadores.
Mas cedo começaram, as “picardias” de um e outro lado, isto após Elias ter entrado com o pé em riste e ver um justificado amarelo pouco passava do minuto de jogo. O que podia ser uma menos bom presságio. E foi até o Sporting que voltou a ser castigado com outro amarelo – e também bem aplicado – quando Carriço (20’) rasteirou, por trás, um adversário que lhe fugia.
Na sua vantagem, embora com diferença não muito superior em relação ao Sporting, o Benfica foi o primeira a criar uma grande oportunidade (11’), quando Gaitan atirou ao poste direito da baliza de Patrício, a olhar não se sabe para onde.
O Sporting respondeu no minuto seguinte por Schaars, que rematou ao lado da baliza de Artur, mas o Benfica não se ficou atrás, com Cardozo a “fuzilar” para uma grande defesa de Patrício.
Os homens de Jesus (que voltou a ter um comportamento inapropriado ante a passividade do pelo árbitro) forçaram o andamento, ante uma certa apatia dos “leões”, tanto que só conquistaram o primeiro canto aos 28’, que resultou noutro canto e depois nada.
Tentou o Sporting defender homem a homem mas foi sol de pouca dura porque Jardel (36’) voltou a incomodar Patrício, embora sem perigo de maior. E aos 41’ um desentendimento de Patrício levou o Benfica a conquistar um canto, de que resultou o único golo do jogo.
Com o centro de Aimar, na marcação de um canto, ao primeiro poste, Javi Garcia subiu mais alto do que todos, incluindo Patrício, que voltou a ficar entre os postes sem se sair (a bola estava na pequena área), e cabeceou com força para o fundo da baliza.
Com a entrada de Carrillo (substituindo o lesionado Matias), esperava-se um Sporting mais vivo. Mas o resultado disso não deu proveitos porque pensou mais nele próprio do que na equipa. Mas foi o Benfica que esteve (44’) a um passo do 2-0.
Um golo que merecido, porque o Benfica foi melhor nesta primeira parte, bastante movimentada. Nem a saída (26’), por lesão, de Matias Fernandez teve influência nesse facto.
O tempo complementar começou com o Sporting a chegar-se à frente e em dois minutos ganhou dois cantos que não deram em nada positivo. Antes pelo contrário, uma “escaramuça” na pequena área, quando da marcação de um livre por Carriço, Wolfswinkel e Cardozo desentenderam-se a viram o amarelo.
Aos 51’, novo ataque do Benfica, com Cardozo a aproveitar um “buraco” da defesa do Sporting mas a rematar para que Patrício defendesse sem problema. Problema que voltou a surgir quatro minutos depois, quando Polga pontapeia Onyewu, mesmo a seu lado, que não deu mau resultado porque a bola foi aliviada para longe.
Logo de seguida, foi Capel que rematou forte mas viu a bola bater num defesa e ir para canto, que originou, na sua um remate, em recarga, de Wolfswinkel para defesa de Artur.
Aos 62’ a “bronca” do jogo. Cardozo é desarmado de forma limpa, mas fica a reclamar com o árbitro. João Capela, que não permitiu comportamentos deste tipo, mostrou o segundo amarelo e o vermelho a indicar o caminho das cabinas. Com 28’ minutos para jogar, Jesus deverá ter ficado a “tremer”.
Mais a mais quando, três minutos depois, Artur se distrai e deixa passar uma bola que Wolfswinkel vai buscar à linha de cabeceira e atrasa para Elias que, frente a Artur, remata a milímetros do poste direito da baliza do guarda-redes do Benfica. Que calafrio!
Logo de seguida, entra Rodrigo para obrigar o Sporting a não avançar muito no ataque, e foi conseguindo equilibrar um jogo para o qual, nesta altura, o Sporting também não se apresentava nas melhores “condições”!
Primeiro, porque Domingos Paciência não fez as duas substituições ainda livres, que era importante fazer para dar mais velocidade ao jogo e obrigar o Benfica, só com dez, a não passar do meio campo e permitir um maior força no ataque. Ao não cumprir esta regras simples, cavou a derrota. Estava escrito. Só mudou as duas peças a dez minutos do final. Perdeu apenas 18 minutos para tentar dar a volta ao resultado.
Aos 86’ Carriço, por falta escusada, leva um amarelo que o impede de jogar na próxima jornada, Elias ainda teve oportunidade de empatar (88’), permitindo a defesa de Artur e foi ainda Rodrigo (90+2’) que esteve à beira do 2-0.
Com um banco “medroso” e a funcionar a “destempo”, de certo que outro resultado não seria de esperar. O Benfica queria ganhar. E ganhou bem.
Destaque para Artur, Javi Garcia, Maxi Pereira, Gaitan, Jardel e Bruno César (Benfica), Patrício, Polga, Onyewu, Capel, João Pereira, Elias e Wolfswinkel.
João Capela foi impiedoso mas cumpriu. No capítulo disciplinar não deu “borlas” a ninguém. No técnico, com uma ou outra falta marcada sem justificação, não influiu no resultado.
Sob a direcção do estreante (entre grandes), João Capela, coadjuvado pelos assistentes Ricardo Santos e Tiago Rocha, as equipas alinharam:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Jardel, Garay e Emerson; Witsel, Javi Garcia e Bruno César (Ruben Amorim, 67’); Gaitán (Nolito, 84’), Aimar (Rodrigo, 65’) e Cardozo.
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Onyewu, Polga e Insúa (Bojinov, 80’); Elias, Schaars e Carriço (André Santos, 66’); Matias Fernandez (Carrillo, 26’), Wolfswinkel e Capel.
Cartões amarelos para Elias (2’), João Carriço (20’), Pablo Aimar (45+2’), Wolfswinkel e Cardozo (47’), Cardozo (62’) seguido de vermelho, Carrillo (79’) e André Santos (83’).
Artur Madeira