A tónica de antes do jogo foi, por parte dos dois treinadores, foi a de saber quem dançava melhor e quem dava mais espectáculo. Aqui perderam os dois. Porque nem numa nem noutra. Só numa, a principal, Jesus acertou: na Luz é para ganhar. Assim aconteceu.
A “dança” maior acabou por ser protagonizada pelo defesa Ismaily, afinal, o grande culpado pelos dois golos do Benfica. É que foi pelo seu lado, onde não estava, que o Benfica chegou ao 2-0 em 12 minutos. O que podia ter sido o fim do mundo se o Benfica não tivesse refreado o andamento, tanto mais que os algarvios não eram uma equipa mas um grupo de amigos que jogavam para si próprios e pouco mais.
Logo aos 33 segundos de jogo, Gaitan surge na direita a fazer um centro-remate para a área. Tudo ficou parado, incluindo o guarda-redes Fabiano, que deixou ir a bola até ao outro lado na pequena área onde, lesto e oportuno, surgiu Moreno a marcar sem oposição.
Mesmo sem carregar muito mais, o 2-0 surgiu aos 12 minutos, novamente por Moreno que, desta vez, aproveitou um desvio da bola por parte de Mexer, na tentativa de evitar o remate de Maxi Pereira, tendo o avançado do Benfica empurrado a bola para a baliza sem qualquer problema.
Esperava-se que a dança de Jorge Jesus – que Dauto Faquirá não soube ensinar aos seus pupilos – pudesse continuar e, então, o Olhanense podia sair da Luz com um resultado bem dilatado.
Só que Faquirá mexeu na formação (fez sair Figueiroa e entrar Salvador) e o Benfica começou a deixar de ter tanto espaço para se movimentar. O que motivou que na meia hora que faltava para o intervalo poucas jogadas foram de perigo para a baliza dos visitantes.
No seguindo tempo, o feitiço parecia querer virar-se contra o feiticeiro.
Passados dois minutos do reinício do jogo, o Olhanense chega ao 2-1. Mostrando que estava diferente. O que o Benfica não esperava.
Numa arrancada pela direita do seu ataque, João Gonçalves faz um centro largo sobre a baliza de Artur. Não se fez à bola que, no seu voo, chega a Wilson Eduardo que, no poste mais longe, remata com à-vontade e faz o 2-1.
Muito jogo ainda por jogar. Só que a sua qualidade foi modesta e daí a chegar-se a um futebol incaracterístico, com perda de passes, mais jogo individual do que colectivo (em especial por parte dos visitantes), o que levou à não existência de golos.
No último quarto de hora, o Benfica voltou a forçar um maior andamento mas sem atingir o golo, atendendo a que o Olhanense já tinha percebido o tipo de “dança” e deixou de permitir “falhas” (que o traíram logo aos 33 segundos).
E foram ainda os homens de Olhão que estiveram mais perto do golo e do empate – o que seria um banho de água fria para os benfiquistas – se não fosse Luisão ter dado o peito à bola e fazê-la desviar da baliza, na sequência de um remate fulminante de Djalmir.
Com o ponteiro nos 90+5’ o jogo findou para alívio de todos, em especial dos donos da casa, pese embora a vitória do Benfica assente muito bem. É preciso é que se emendem os erros e comportamentos “desviantes” para evitar possíveis dissabores quando menos se espera.
Relevo para Emerson, Luisão, a juntar aos melhores que foram Maxi Pereira, Moreno e Bruno César (Benfica) e Fabiano, Mateus, Wilson Eduardo, João Gonçalves e Mexer (Olhanense).
Sob a direcção do madeirense Marco Ferreira, coadjuvado por Sérgio Serrão e Nelson Moniz, cuja actuação foi positiva, as equipas alinharam:
Benfica – Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Emerson; Gaitan, Matic e Aimar; Moreno, Cardozo e Bruno César.
Olhanense – Fabiano; João Gonçalves, André Pinto, Mexer e Ismaily; Cauê, Fernando e Figueroa; Mateus, Dady e Wilson Eduardo.
Cartões amarelos: Luisão (50’) e Djalmir (75’)
Artur Madeira