O Presidente da República Cavaco Silva no discurso de hoje nas cerimónias que assinalaram o 101.º aniversário da Implantação da República apelou aos portugueses no sentido de “temos de ser um país determinado a resolver os seus problemas, de forma livre, soberana e independente.”
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Cavaco Silva não deixou de relembrar que “ Poderemos ser ajudados em alturas de dificuldades, mas que nenhum português tenha dúvida: é a nós, cidadãos desta República, que cabe construir uma economia saudável e encontrar caminhos de futuro.” e alertou “ Se não fizermos o nosso trabalho, de pouco adiantará receber um auxílio que é necessariamente limitado no montante e na duração. “
O discurso do Presidente focalizou-se muito nas questões económicas e da recuperação do país e no que se reflecte em todos nós “Vivemos tempos muito difíceis. Essa é uma realidade que ninguém de bom senso poderá negar. Durante alguns anos, foi possível iludir o que era óbvio, pese os avisos que foram feitos dos mais diversos quadrantes. Agora, estamos confrontados com uma situação que irá exigir grandes sacrifícios aos Portugueses, provavelmente os maiores sacrifícios que esta geração conheceu.” e motivou “difíceis foram os tempos do passado, mas aqui estamos, hoje, para celebrar a República a que nos orgulhamos de pertencer. Neste país onde vivemos, na terra onde morreram os nossos antepassados e onde nasceram os nossos filhos.”
O presidente clarifica a realidade, o momento do país “ Acabaram os tempos de ilusões. Temos um longo e árduo caminho a percorrer, para o qual quero alertar os Portugueses de uma forma muito directa: a disciplina orçamental será dura e inevitável, mas se não existirem, a curto prazo, sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira que subscrevemos.”
A situação do país segundo Cavaco Silva, deve no entanto fazer com que “O republicanismo deste novo século…. ser mais exigente quanto à justiça na distribuição da riqueza e na repartição dos sacrifícios “.
Ao abrir esta cerimónia, discursou o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, no seu discurso alertou para as dificuldades, os desafios,que se colocam hoje a Lisboa, a Portugal e ao Mundo, e citando José Saramago, o presidente chamou à terra as consciências humanas pois “hoje chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante”, fazendo um claro apelo a “uma nova responsabilidade social” com o selo dos “valores humanistas da República” e do “Municipalismo republicano”.
António Costa aproveitou a ocasião para alertar para que os cortes cegos na educação não devem existir, pois, “o investimento na Educação é o exemplo de um investimento virtuoso que não deve parar, porque isso representaria um retrocesso, com custos elevadíssimos para o nosso País”.
E antes de Cavaco Silva falou uma jovem de 18 anos da cidade da Maia , vencedora do concurso organizado pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República – Ana Lídia Rouxinos Sampaio Dias, estudante de Medicina – que acompanhada da sua família veio a Lisboa participar de uma forma única nestas comemorações da Republica, lendo, do mesmo palanque que ilustres representantes da nação, o texto com qual venceu o referido concurso.
Nele a jovem faz referencia aos seus inspiradores , “colossos” como Teófilo Braga, Guerra Junqueiro, António José de Almeida, referiu-se à importância que tem a Educação na construção de uma sociedade mais justa, solidaria e mais moderna (aqui falou de João de Deus e a João de Barros).