Entrando de rompante, com velocidade de ponta e com tudo a dar certo, o Sporting definiu o rumo (e o resultado) do jogo em apenas 14 minutos, tempo que levou a marcar três golos sem resposta, ante um Vitória surpreendido e que, por inércia e erros inesperados, “ajudou à festa sportinguista. Merecida aliás.
Merecida pelo simples facto de, apesar do Vitória nunca ter baixado os braços, os leões jogaram muito mais, deixaram-se de “bailes” mas fazendo as passagens da defesa para o ataque, passando pela linha média, com a bola a correr por todos os jogadores e não ficando à espera de “aberturas” mais ou menos fáceis.
Pela surpresa causada pela velocidade inicial dos jogadores do Sporting, a defesa setubalense viu-se em palpos de aranha para travar fosse o que fosse e, ao mesmo tempo – por via da diatribe inicial dos leões – cometeu erros de mais que levaram os defesas a “esquecerem-se” do lugar que estavam a desempenhar.
Mas, repete-se, o mérito foi todo do Sporting que, pela primeira vez nesta época, viu sair-lhe tudo bem e os golos a surgirem com naturalidade. Aliás, e não foram mais por mera obra do acaso e, também algumas vezes, por mérito do guardião Diego e, ainda, por demérito dos avançados sportinguistas, a “abusarem” da finta e a não rematarem quando o deviam ter feito.
E quando assim é – com Carrillo a “carrilar” da melhor forma, dando apoio às investidas de João Pereira e mesmo Elias – torna-se fácil fazer golos e ganhar sem problemas, apesar das “falhas” ainda cometidas e dois deslizes de Rui Patrício que poderiam ter dado mau resultado. Mas a sorte esteve com ele.
Do espaço que mediou dos 14 minutos (após o terceiro golo) até aos 90+2’, o domínio foi sempre do Sporting, quer em termos de posse de bola quer no que se refere a fazer chegar o perigo área setubalense.
Os visitantes ainda obrigaram Patrício a numa ou duas defesas difíceis mas a supremacia do Sporting era infindável.
Aos 2’, Schaars, depois de um longo “sprint” e grande remate de Carrillo que obrigou Diego a defender para o meio da grande área, como que empurrou a bola para o fundo da baliza, abrindo o activo.
Aos 6’, João Pereira avançou pela direita, desmarca Wolfswinkel e este, com um remate certeiro, mais em jeito do que em força, fez o 2-0.
Oito minutos depois (14’), depois da marcação de um canto, a bola sobra para Elias que dobra o passe para Wolfswinkel e este remata com muita força, levando a bola a roçar a parte interior da trave e a entrar para o 3-0.
A nota final vai para a atitude atacante que o Sporting teve, como poucas vezes se tem visto, o que foi muito felicitado pelos 33.261 espectadores (menos mais de dois mil dos que tinham estado no mesmo local em Maio passado, quando o Sporting perdeu por 1-0) que estiveram no Alvalade XXI.
Destaques Carrillo (o melhor até ser substituído, bem cansado), Onyewu, Capel, João Pereira, Schaars e o marcador de serviço, Wolfswinkel. No Setúbal, relevo para Diego, Ricardo Silva, Anderson do Ó, José Pedro e João Silva.
Sob a direcção de Cosme Machado (Braga), coadjuvado pelos assistentes Alfredo Braga e Inácio Pereira – que passaram quase incógnitos, apesar de alguns atrasos na tomada de decisões – as equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Onyewu, Rodriguez (Polga, 45’) e Insúa; Elias, Rinaudo e Schaars (Bojinov, 69’); Carrillo (Matias, 58’), Wolfswinkel e Capel.
V. Setúbal – Diego; Ney Santos, Ricardo Silva, Anderson do Ó e Miguelito (Igor, 87’); Bruno Amaro, Hugo Leal e José Pedro; Jorge Gonçalves (Neca, 45’), João Silva e Pitbull (Rafael Lopes, 61’).
Cartões amarelos para Onyewu (Sporting) e Hugo Leal e Miguelito (Setúbal).
Artur Madeira