A Casa das Artes em Arcos de Valdevez, acolhe até ao próximo dia 30 de Outubro, a exposição de pintura de ARI ILLING, uma pintora oriunda de uma família de artistas, nascida na cidade do México e que cresceu num ambiente multicultural.
Dona de um estilo pictórico que prima pela originalidade, ARI revelou que começou a pintar em 2007, em resultado de um acidente viário que a colocou em coma e lhe deixou algumas marcas físicas e psicológicas quando estava prestes a completar 21 anos. Era uma atleta e amante do desporto, e conforme avançou, “ter ficado sem equilíbrio e sem algumas faculdades essenciais à vida do dia-a-dia levou-me a descobrir que algo que eu podia fazer, sabia e me dava gozo fazer era pintar. “
ARI gosta de retratar os seus sentimentos e reflectir nos seus trabalhos os seus estados de espírito, “tenho muitos momentos em que me sinto frustrada e raivosa devido às minhas limitações daí utilizar muitas vezes o preto” que na sua opinião significa raiva, morte, guerra.
Já quando utiliza a cor laranja quer transmitir vida e alegria; o vermelho é para si fogo, bem-estar e energia; o branco transmite a sua calma e serenidade e o azul a felicidade dos tempos em que podia fazer tudo.
“Só as pessoas que percebem a Arte compreendem este tipo de trabalhos” disse ILLING acerca das suas obras que se inserem num estilo que rotulou de “Gotas” por não usar o pincel. “Eu coloco o pincel na tinta e respingo os quadros”, referiu.
“Não penso alterar o meu estilo, até porque não sei fazer figurativo, no entanto as pessoas têm gostado do meu trabalho e feito críticas bastante positivas ao mesmo. Dizem que é interessante e fascinante”, atirou com orgulho.
ARI cria trabalhos em acrílico e spray, além de quadros começou recentemente a pintar roupa, caixas e pinhões, e acerca dos melhores momentos para criar disse que a melhor altura do dia é de manhã, bem cedo, por ser mais sossegado.
Refugiando-se na pintura para esquecer piores fases da vida, diz que não lhe interessa vender, mas sim o prazer de pintar: “Tenho ataques de pintura! O pincel parece que me chama. Estes trabalhos aqui expostos não têm explicação, não têm título, simplesmente saem do meu íntimo”, disse explicando o porquê de querer pintar e a ânsia que sente em relação a esta arte.
De fora não ficaram os agradecimentos ao seu pai, pilar na sua vida. “O meu pai ajuda-me muito e se não fosse por ele eu não estaria aqui hoje. Ele é que organiza as minhas exposições”, referiu.
A mostra estará aberta ao público nos dias úteis: das 10h00 às 18h00; aos sábados: das 15h00 às 18h00 e das 21h30 às 23h00; e aos domingos das 21h30 às 23h00.