Terça-feira 03 de Dezembro de 2024

DAEGU’2011 – 5º Dia

susana_feitorMarchadoras em alta velocidade

Susana Feitor – em especial – Ana Cabecinha e Inês Henriques formaram o trio maravilha da selecção portuguesa a este mundial de Daegu, ao classificarem-se entre os dez primeiros lugares, no que foi o melhor resultado de sempre nesta disciplina, superando a expectativa.

Com a equipa russa a comandar a alta velocidade desde o início da prova, a partir dos 10 km o ritmo aumentou ainda mais (primeiros 5 km em 23.29 e segundos 5km em 22.47, para uma terceira légua a 21,47 e a quarta em 21.39), as portuguesas andaram pela frente até cerca dos 8 km, quando entenderam – e bem – resguardar-se num segundo grupo, embora à vista da liderança.

A partir dos 15 km, recomeçaram o seu avanço em relação à frente (se bem que tivessem andado sempre entre o 10 e o 15º posto) e na parte final lograram os seus intentos, aproveitando naturalmente a quebra de outras concorrentes.

Apesar da veterania, Susana acabou por aproveitar ao máximo a sua experiência e marchou a alto nível, até em termos de tempo final, confrontando-o com o mínimo (1.31.26) que levou de Lisboa, dado que chegou ao fim com 1.31.26, no excelente 6º lugar.

O mesmo sucedeu em relação a Ana Cabecinha (1.31.08 como mínimo) que chegou ainda num excelente 7º lugar (1.31.36), sendo que Inês Henriques também esteve muito bem (1.30.29) ao chegar na 10ª posição (1.32.06). A vencedora (esperada) foi a russa Olga Kaniskina (1.29.42), a campeã europeia (o ano passado) em título.

Após este quinto dia de provas (e hoje só houve a marcha), os Estados Unidos continuam a liderar em toda a linha. Nas medalhas, mantêm-se com 9 (4 de ouro, 4 de prata, 1 de bronze), seguido do Quénia, 8 (3-2-3); Rússia, 8 (3-2-3); Alemanha, 4 (1-2-1); Jamaica e China, 2 (1-1-0).

Em termos de pontuação, os norte-americanos continuam com 103 pontos, à frente da Rússia, que passou a ter 97, seguindo-se o Quénia (79), China (46) e Alemanha (44).

Como dados históricos em relação a este campeonato – e de grande impacto – recordam-se a desistência (10.000 metros) do recordista e campeão olímpico Kenenisa Bekele )Etiópia), que esteve lesionado e não conseguiu responder em Daegu, e a eliminação do mais veloz do mundo, o norte-americano Usain Bolt, nos 100 metros, por falsa partida.

Sobre as falsas partidas, neste modelo que já tem dois anos, também se recorda que esta regra como que foi “imposta” pela Federação Internacional, de forma a reduzir, drasticamente, o tempo de transmissão televisiva que, como se sabe, custa largos milhões. E se é verdade que a IAAF tem tido resultados líquidos de vários milhões (que tem ajudado sobremaneira muitos atletas do top mundial e não só), reduzir o tempo de transmissão resulta num benefício de outros milhões.

Do ponto de vista técnico é evidente que obriga os atletas a aprimorar as partidas e, com isso, reduz substancialmente os intervalos entre séries. É aí que está o problema. Como está, beneficiam todos: atletas (menos stress na partida; espectadores, que deixam de enjoar, em especial na primeira e segunda fase dos apuramentos – no que se refere aos 100 e 200 metros – onde se realizam cerca de três a quatro dezenas de séries; e maior celeridade com menos intervalos).

Para amanhã, quinta-feira (6º dia), em relação aos atletas portugueses, destaque para a presença de Alberto Paulo – até agora o melhor luso em termos de resultados técnicos – na final dos 3.000 metros-obstáculos (12h25), aguardando-se que recupere do esforço feito na qualificação, onde fez o terceiro tempo (8.22,41) português e sempre – para além de Marco Fortes na qualificação do peso (terá que fazer 20,60 ou ficar entre os 12 melhores), para onde parte com o seu melhor (20,89), 13º entre os 27 participantes.

Rui Silva é a grande novidade, em princípio, nos 5.000 metros (sinal que recuperou dos 10.000 metros), surgindo com um registo de 13.25,94 (35º entre os 41 presentes), lista onde também surge o etíope Kenenisa Bekele, que desistiu nos 5.000 metros. São apurados para afinal dos cinco primeiros de cada eliminatória mais os cinco melhores tempos. Marcos Chuva, no comprimento, é outro luso presente, tendo como marca 8,34 (10º entre 36) e terá que chegar aos 8,15 ou ficar entre os 12 melhores.

No programa de amanhã, ainda as finais de altura e 400 metros-barreiras (masculino) e triplo, 1.500 e 400 metros-barreiras (feminino).

 

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