No primeiro tempo teve maior posse de bola. No segundo, apenas se viu uma equipa: o Marítimo. Afinal, o que se passa com o Sporting? Um triunfo dos madeirenses que foi plenamente justificado. Até sem problemas de arbitragem.
E custa a acreditar que Domingos Paciência, nas declarações feitas no final do jogo, tivesse dito que não sabe explicar o que aconteceu e houve situações de mais para um jogo só, que foram más, sem contudo explicitar, frisando erros pessoais e colectivos. E quem é responsável?
Godinho Lopes, presidente do Sporting, também falou no final do jogo, reforçando o apoio ao treinador e lembrar que “ao Sporting já foram anulados dois golos e não marcados três grandes penalidades” e ainda que “se o segundo golo fosse validado – que o considera assim – teríamos dois de avanço na segunda parte e poderia ser diferente.”
Mas, voltando ao jogo, o Sporting só surgiu com perigo junto da baliza de Peçanha cerca da meia hora, quando a bola rondou a linha de baliza e ninguém surgiu para a empurrar para dentro.
Não houve ligação entre o meio campo e a linha avançada, não existiu coordenação, Capel não repetiu a animação de Aveiro e Schaars só queria marcar os livres todos. Postiga e Djaló também não funcionaram.
Aos 20’, num livre apontado por Schaars, a bola é rechaçada pelo guarda-redes e foge para a frente, surgindo o remate de Evaldo para golo, que foi anulado por fora de jogo, dado que quando da marcação do livre, o defesa estaria em situação de fora de jogo e aproveitou o ressalto para marcar.
Golo que surgiu aos 37’, por Izmailov, num remate fora da área, depois de um passe atrasado de Djaló, resultado que se manteve até ao intervalo.
No segundo tempo, quando se esperava que o Sporting surgisse com vontade de reforçar a vantagem, foi o Marítimo que entrou a “matar” e, em quatro minutos, fez dois golos.
O primeiro (47’) na sequência de um pontapé de canto, por Rafael Miranda, que subiu mais alto e enviou a bola para o fundo da baliza.
O segundo (aos 51’), numa jogada rápida, com a bola a passar de jogador em jogador, com a defesa do Sporting a “ver jogar”, a bola chega a Hélder que fez um passe milimétrico para Sami, que a recebe, dá meia volta sobre si, muda de pé e remata para um belo golo.
Nesta altura, Paciência é obrigado a fazer substituições que, entretanto, não surtiram efeito. Pior. Jeffren, que entrou aos 53’, esteve em campo pouco mais de vinte minutos, por lesão surgida precisamente após a obtenção do segundo golo, o do empate (75’), num livre quase frontal e em que a bola bate na barreira e trai o guardião Peçanha.
Com o 2-2, com quinze minutos para jogar e com dez jogadores apenas, o Sporting iria sofrer bastante para, pelo menos, manter o empate. Mas o Marítimo não pensou assim. E manteve a pressão, aproveitando o facto de os leões ter menos um jogador e não estar a jogar nada, como foi dado ver.
Mais uma bola parada, mais um canto e mais num golo, em cima dos 90 minutos. Mais alto do que todos, Baba, que havia entrado, meteu a cabeça sem oposição e Patrício não conseguiu evitar a derrota.
Foram erros a mais do Sporting como, aliás, o técnico assumiu. O que nem Pedro Proença nem a sua equipa tiveram a ver isso.
Como diz o povo, neste caso o do Sporting (e foram 27.965 os presentes no estádio), não há … paciência!
Realce para Polga, João Pereira e Izmailov, pelo Sporting, e Peçanha, Robson, Olberdam, Sami, Rafael Miranda e Babá, pelo Marítimo.
Sob a direcção de Pedro Proença (Lisboa), coadjuvado pelos auxiliares Tiago Trigo e André Campos, sem grandes falhas, as equipas alinharam:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Polga, Carriço e Evaldo; Izmailov, André Santos e Schaars; Djaló (Bojinov, 53’), Postiga (Wolfswinkel, 63’) e Capel (Jeffren, 53’).
Marítimo – Peçanha; Briguel, Robson, Roberge e Rúben Ferreira; Roberto, Danilo Dias e Rafael Miranda; Sami (Adilson, 88’), Olberdam (Marquinho, 81’) e Heldon (Baba, 64’).
Cartões amarelos para Schaars, Izmailov, Polga e André Santos (Sporting) e Olberdam e Roberto Sousa (Marítimo).
Artur Madeira