Algumas verdades espelham o jogo Sporting-Valência, num ensaio geral para adeptos (48.952) leoninos observarem: teve 90 minutos de jogo, o Sporting não jogou; deixou jogar o adversário; permitiu veleidades que levaram a sofrer três golos; perdeu jogo. Sem apelo nem agravo.
Se bem que se fale que a “procissão ainda vai no adro”, a verdade (outra) é que neste jogo o Sporting voltou a ter muitos “tiques” da época anterior. Em especial o fazer correr os jogadores e não a bola. Daí não ter havido jogadas dignas desse nome. Daí também o facto de não ter marcado qualquer golo. Porque não surgiu nenhum livre em posição que “jeito” para marcar directamente. Isso também se procura.
Nos pontos principais do jogo, o Sporting só surgiu quando Diego Rubio, depois de se ter isolado (em posição de fora de jogo), ter atirado a bola ao poste (14’) e, um pouco antes (12’) quando Postiga obrigou o guardião espanhol a uma grande defesa. De resto. Nada mais aconteceu na primeira parte. E a segunda valeu de muito pouco porque as duas equipas foram completamente diferentes do que apresentaram na fase inicial, perdendo, por isso, o fio de jogo instalado.
A não ser os golos do Valência, todos de bom recorte técnico, até porque saíram de jogadas que, curiosamente, saíram de lançamentos da linha lateral, o que, por outro lado, se torna algo caricato. Mas é jogo.
Após um lançamento lateral (4’), a bola é enviada para a área do Sporting onde bate no chão sem que algum jogador do Sporting lhe tocasse e, continuando, Rui Patrício choca com Carriço e atrapalham-se, com a bola a sobrar para Bernat, que abriu o activo.
Aos 17 minutos, Bernat obriga Patrício a uma grande defesa, com os pés, como que fazendo perceber que o 2-0 podia acontecer a todo o momento. Treze minutos depois confirmou-se.
Novo lançamento lateral, a bola vai Soldado que consegue desenvencilhar-se dos adversários que lhe fizeram frente e surge frente a Patrício a enfiar a bola na baliza. O 3-0 surgiu aos 41 minutos, também proveniente de um lançamento lateral, em que, assistido por Pablo Hernandez, Piatti antecipou-se à defesa do Sporting e fez o terceiro. Sem apelo nem agravo.
Como se referiu, a segunda parte, com novas equipas, o futebol (e apenas praticado pelo Valência) deixou de existir.
Uma derrota que não veio na melhor altura – em especial depois da boa exibição com a Juventus – pelo que há que aprimorar, rapidamente, esta noite quente mas, ao mesmo tempo gelada, em Alvalade.
Como notas positivas da primeira parte, as actuações de Evaldo, Rinaudo, João Pereira e Schaars; Topal, Piatti, Bernat e Soldado.
Pedro Proença, sem influência no resultado, mostra que também ainda está a treinar (convém deixar de ser vaidoso), assim como os assistentes (o fora-de-jogo é sempre problema), e as equipas alinharam, inicialmente:
Sporting – Rui Patrício; João Pereira, Carriço, Onyewu e Evaldo; Schaars, Rinaudo e Izmailov; Yannick, Rubio e Postiga. Jogaram ainda Marcelo, Rodriguez, Polga, Wolswinkel, Capel, Luís Aguiar, Pereirinha, A. Santos e A. Martins.
Valência – Diego Alves; Bruno, Alba, Albelda e Rami; R. Costa, Topal e Piatti; Pablo Hernandez, Soldado e Bernat. Jogaram também Mathieu, Parejo, Maduro, Miguel, Purtu, Pardo e Dealbert.
Artur Madeira