Não há dúvida. O Benfica ganhou bem. Foi o único que atacou (a sério) e marcou. Duas flores (golos) no meio de um jardim onde o futebol praticado foi de média luz, isto porque os turcos apenas jogaram para defender o empate.
No jogo jogado, os do Benfica mostravam mais dinâmica, entraram com velocidade, mas acertando pouco, quer nos passes quer no0s remates, poucos, que foram feitos em direcção à baliza turca, pelo menos no decorrer da primeira parte, onde o guardião visitante foi espectador.
Com um meio campo muito povoado – era nessa zona que os turcos se movimentavam, como que peças de xadrez, onde cada um estava numa casa e era só fazer triangulações, lateralidades e correlativos – o Benfica não conseguia, em especial, ganhar confiança para avançar com perigo.
Os passes feitos não tiveram, na maior parte das vezes, a direcção mais correcta, as jogadas de princípio, meio e fim também não se viram, fruto de um início de época onde ainda se procura (e por mais tempo) fazer as afinações indispensáveis.
A primeira jogada de ataque dos turcos apareceu cerca da meia hora, o que levou Artur a sair da baliza para, com segurança, guardar a bola. Logo a seguir, num despique com um defesa, o estreante Enzo Perez sai lesionado, regressou ao relvado, mas veio a ser substituído no segundo tempo porque não estava em condições. E foi pena porque era um dos mais inconformados na linha da frente, a par de Gaitan e Saviola.
Com vários cantos a favor, nem Cardozo nem Luisão conseguiram chegar à bola.
O nulo ao intervalo foi o resultado certo, com culpa para o Benfica, a quem competia resolver o jogo. Quiçá os jogadores acusaram o “toque” de Jesus que, antes do jogo, disse que o Benfica não era favorito. “Andava nos cinquenta por cento!”
A defesa do Benfica teve pouco que fazer e não se esperava que no segundo tempo fosse diferente. O que acabou por se verificar por inércia do ataque visitante.
Mas no ataque o Benfica não arriscava muito. Só na última meia hora é que os encarnados se dispuseram a resolver o jogo, aumentando a velocidade e o acerto nos passes e nas jogadas até à área dos turcos.
Mas foi preciso sair Enzo Perez para se chegar ao golo. Nolito entrou para começar a resolver. Cinco minutos depois de entrar (70’), dentro da área, Nolito aproveita o ressalto de um defesa turco, depois de rechaçar um remate de Saviola, e remata para o fundo da baliza sem apelo nem agravo.
Feito o 1-0, os turcos tentaram avançar um pouco mais na frente, causaram algum “transtorno” à defesa do Benfica, que Artur resolveu, e aos 83’ Cardozo teve o golo nos pés, a passe do mesmo Nolito, mas o guardião turco defendeu.
Mais sete minutos e, numa desatenção da defesa turca, Gaitán ficou só com a bola, ajeitou-a ao pé, rematou em arco, sem hipótese de defesa, e o 2-0 estava cumprido. Golos que, não sendo excelente, é muito bom para o segundo jogo (dia 3), mas o Benfica vai precisar de alguém que resolva mais depressa na Turquia.
Melhores em campo: Nolito, Javi Garcia, Máxi Pereira, Saviola, Emerson, Gaitan e Enzo Perez (Benfica); Tolga, Glowacki, Paulo Henrique, Colman, Yilmaz e Celustka (Trabzonsport)
O árbitro suíço Stephan Studer mostrou amarelos a mais mas não complicou no resto, enquanto os auxiliares Manuel Navarro e Sandro Pozzi) cumpriram bem. As equipas alinharam:
Benfica – Artur; Ruben Amorim (Maxi Pereira (64’), Luisão, Garay e Emerson; Enzo Perez (Nolito, 53’), Javi Garcia e Gaitán; Saviola, Aimar (Witsel, 73’) e Cardozo.
TRABZONSPOR – Tolga; Baki, Girat, Glowacki e Celutska; Zokora, Colman e Alanzinho; Ylmaz, Paulo Henrique e Nierzejewski.
Cartões amarelos para Kaçar (21’), Zokora (40’), Ruben Amorim (43’), Javi Garcia (55’) e Nolito (73’).